terça-feira, 5 de janeiro de 2016

1ª Parte do Grande Expediente 30/04/2015 Discurso 28ª Sessão

1ª Parte do Grande Expediente
30/04/2015

Discurso

28ª Sessão



Senhor Presidente, senhores vereadores, senhoras e senhores, eu gostaria, inicialmente, de fazer dois registros.
O primeiro, é que no dia 5 de maio, terça-feira próxima, nós teremos aqui neste espaço, às 18h, a Audiência Pública para tratar da elaboração do Plano Municipal de Educação.
Vou repetir: terça-feira, 5 de maio, Audiência Pública neste espaço, para tratar da elaboração do Plano Municipal de Educação.
Portanto, eu convido a todos os presentes e aqueles que estão nos ouvindo, que participem desse processo.
Segundo, registrar a presença, a visita, melhor dizendo, nesta Casa de Leis, do Presidente e do Vice-Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, respectivamente os senhores Danilo Groff Filho e José Pinto Monteiro.
Além desses registros, eu queria colocar aqui o meu profundo repúdio às violentas agressões sofridas pelos profissionais de Educação em Curitiba. Segundo a nota da Agência Brasil, ato de professores termina com mais de 200 pessoas feridas no Paraná.
No momento em que a gente está discutindo Plano Estadual de Educação, Plano Municipal de Educação, ações do Estado, dessa forma não colaboram, de maneira nenhuma. Precisa haver mais respeito com os profissionais de Educação, que todo mundo diz que a Educação é o caminho do País, que é a solução para o País, mas a gente, na prática, não vê as autoridades colocarem isso de maneira coerente.
O tema que me trouxe de volta, além desses registros importantes, é questão que eu li hoje, do Jornal O Dia, que fala sobre: “Câmara aprova Projeto que dispensa símbolo de transgênicos em rótulos. Deputados que são contra o projeto argumentaram que a lei retira o direito de o consumidor saber o que está comprando”.
De saber o que ele está comprando, do que está sendo comprado, o que ele está consumindo, o que ele está ingerindo, o que está afetando a sua saúde, positiva ou negativamente.
Eu não vou entrar no mérito — nós temos aqui vários documentos — da questão dos transgênicos, isso caberia numa discussão muito ampla.
Eu estou entrando no mérito, vou entrar no mérito, do direito do consumidor, que é um direito fundamental, é um direito constitucional, é uma conquista da nação brasileira, o direito do consumidor de poder ter a informação adequada. É obrigação do fornecedor de serviços e de produtos informar bem. Isso está tanto na Constituição, como no Código de Defesa do Consumidor.
O que a gente nota é que a Câmara começou nesses últimos dias, coincidentemente com o período da Operação Lava-jato, em que pessoas notáveis do Congresso, seja da Câmara, seja do Senado, estejam como suspeitas de grandes desvios e que, portanto, se isso for comprovado, deveriam estar na cadeia... Eu já defendi até que, embora eu seja contra a pena de morte, já que querem mexer nos direitos fundamentais, a gente possa botar uma vírgula, onde diz assim: “Pena de morte, em caso de guerra”; colocar uma vírgula e continuar: “também para os megaempresários e políticos envolvidos nessas corrupções”. Corrupções, estas, que são causa fundamental da miséria. Quando a gente discute maioridade penal e outras coisas, muito está nesse desvio das verbas públicas, por megaempresários e por políticos corruptos. Então, vamos mexer nisso aí, talvez. E se fizermos uma pesquisa... O Vereador Cesar Maia falou da pesquisa que deu 88% a favor da redução da maioridade penal. É verdade, a gente tem visto no noticiário, mas, se fizermos uma pesquisa, junto à população, se vale à pena ter pena de morte para político corrupto, vai ser de 98%. E ninguém faz esta pesquisa. Eu gostaria de saber, embora eu seja, por formação, contra a pena de morte.
Então, a Câmara está votando, mais uma vez, retirando um direito fundamental, a questão da redução da maioridade penal, direito fundamental. A questão da mexida na CLT, nos direitos trabalhistas, do Artigo 7º da Constituição... Isso tudo é o quê? Isso tem um pano de fundo. Isso tem uma razão. A razão é desvio de foco. Não é possível que esses assuntos tão polêmicos, como a redução da maioridade penal; mexer nos direitos dos trabalhadores, já consagrados, tanto na CLT como na Constituição, direitos fundamentais, e, agora, direito do consumidor, isso venha à baila, coincidentemente, num período em que essa gente do poder está envolvida, e quase comprovadamente, em crimes que os levariam, pelo menos, à cadeia, já que aqui a gente não tem a pena de morte para esse tipo de delito, só tem em tempo de guerra.
Então, Senhor Presidente, eu só queria registrar, para concluir, que o Código de Defesa do Consumidor garante, em seu Artigo 6º, o direito à proteção, saúde e segurança; o direito à proteção dos interesses econômicos; o direito à reparação dos prejuízos; o direito à informação e à educação, e o direito à representação. Ainda o Artigo 6º do CDC está diretamente relacionado ao direito dos consumidores, aprovados pela Resolução nº 39.248/85, da Assembleia Geral das Nações Unidas. Quer dizer, nós estamos brincando com documentos internacionais. Esses moços, eu acho, estão à beira da loucura. A parafernália que eles estão fazendo no Congresso, para mexer em direitos adquiridos, direitos fundamentais, rasgando a Constituição, rasgando a CLT, rasgando, agora, o CDC, isso só tem um objetivo: desvio de foco.
Então, a população não deve se enganar. Nós temos a obrigação de vir a público e denunciar, talvez, até pesquisas manipuladas, mas para favorecer essa gente espúria que quer, indevidamente, inconstitucionalmente, mexer e tentar retirar os direitos fundamentais de todos nós.

Muito obrigado!