1ª Parte do Grande Expediente
|
09/09/2015
|
|
Discurso
|
...
|
69ª Sessão
|
Senhor Presidente,
senhores vereadores, senhoras e senhores:
Ao longo do nosso mandato, temos ocupado essa
tribuna para defendermos a dignidade da pessoa humana, como um princípio
fundamental, chamando a atenção das autoridades federais, estaduais e
municipais para temas como a universalização da educação pública de qualidade e
em horário integral; a universalização do atendimento público de saúde; a
implementação do saneamento básico para todas as comunidades e o cumprimento
dos dispositivos constitucionais que colocam as crianças, os adolescentes e os
idosos como absolutas prioridades das políticas públicas.
Condenamos aqui todas as ações ou omissões das
autoridades e da sociedade como um todo, que possibilitam o descumprimento dos
direitos humanos, que devem ser direitos de todos. Temos sido combativos contra
a política de redução da maioridade penal. Temos também combatido as decisões
de terceirização e privatização indiscriminadas do setor público. Na última
semana denunciamos inúmeros casos de maus tratos aos animais, especialmente aos
cães e gatos, fato que tem alcançado proporções absurdas.
Hoje, contudo, saio do eixo combativo para prestar
homenagem ao bairro em que nasci, cresci, trabalhei por muitos anos como
professor e resido até hoje. Falo dos 421 anos de Jacarepaguá. Nesta semana há
eventos comemorativos por todo o bairro. Ontem, houve a missa na Igreja Nossa
Senhora da Pena, que também completou mais um ano de aniversário. Hoje tivemos
mais um grande evento no Centro Cultural Dyla de Sá, com alunos, pais e
professores das Escolas Evaristo da Veiga, Sobral Pinto, Carlo de Laet, Dom
Armando Lombardi, Maria da Silva França e Morvan de Figueiredo.
Jacarepaguá é um bairro da Zona Oeste do Município
do Rio de Janeiro, localiza-se na Baixada de Jacarepaguá entre o Maciço
da Tijuca e a Serra da Pedra Branca e na beira norte das lagoas de
Jacarepaguá e da Tijuca.
‘Jacarepaguá’ é um termo tupi que significa
‘enseada ou lugar dos jacarés’. A fundação do Bairro de Jacarepaguá ocorreu em
9 de setembro de 1594. O bairro ainda é um dos mais importantes da cidade, com
um dos metros quadrados que mais encarecem por ano. Nele, estão localizados
vários equipamentos públicos de grande importância para a cidade, bem como
inúmeras indústrias e um comércio forte, que torna o bairro o maior centro
arrecadador do município.
Apesar dos 421 anos de existência, de ter passado
por uma grande transformação nos últimos anos, o bairro ainda sofre com o
descaso das autoridades públicas. É o que se constata, quando se leva em conta
o débito dos governos em relação ao que nele se arrecada, à sua área
geográfica, à generosidade de sua população e tudo de potencial que Jacarepaguá
apresenta.
A preocupação das autoridades ao longo dos últimos
anos em relação a Jacarepaguá tem sido unicamente a de fracionar esse bairro
que já teve dimensões geográficas muito além do que hoje é publicado nas cartas
geográficas. Houve época em que o nosso bairro se estendia até São
Conrado. Por outro lado, a própria Sulacap fazia parte de Jacarepaguá. Nos dias
atuais, por estratégia dos governantes que sabem que dividir fragiliza, e
facilita o domínio, vários sub-bairros foram como que "emancipados",
e Jacarepaguá passou, na visão deles, desses maus políticos, a ser, apenas, a
área rural que ainda existe. Para nós, moradores antigos que lutamos pelo bairro,
Jacarepaguá inclui, nos dias de hoje, pelo menos, Valqueire, Praça Seca,
Tanque, Taquara, Pechincha, Freguesia, Anil, Gardênia Azul, Curicica, Camorim,
Cidade de Deus e as Vargens. E pela manutenção dessa unidade geográfica vamos
continuar lutando.
Ao mesmo tempo que fracionam o bairro, não se
preocupam em atender uma população cada vez maior. Grande parte ainda não teve
a separação do sistema de águas pluviais do sistema de esgoto, o que provoca o
aumento da poluição dos nossos rios e das nossas lagoas. A ocupação do solo de
forma irregular e indiscriminada aumenta e até é estimulada a cada dia.
0 sistema de transporte não atende à demanda, mesmo
com a implantação do BRT. Como temos tido contato permanente com a população,
seja por meio de gabinete itinerante, seja pelas redes sociais, recebemos
inúmeras queixas relativas à falta de linhas de alimentação, que seriam feitas
pelo transporte alternativo ou por micro-ônibus das empresas locais.
Principalmente para os idosos, para as gestantes e para os portadores de
deficiência ou de moléstias como os cardíacos, a falta dessas linhas tem
causado grandes transtornos.
A criação do BRT dividiu o Bairro, no eixo
Campinho-Praça Seca-Tanque — Taquara-Curicica em duas metades, o que vem
causando prejuízos para o comércio local, em razão de não haver estacionamentos
suficientes e o temor pelas multas e pelos reboques. Muitos moradores acabam se
deslocando para outros bairros, a fim de realizar compras tranquilamente,
podendo estacionar seus veículos. Há necessidade de um estudo sobre esse tema,
sob pena de termos inúmeras lojas comerciais fechadas.
Sabemos que a política de Segurança Pública desse
governo estadual não vem dando a resposta que a população de todo o Rio de
Janeiro espera, mas, em Jacarepaguá, a situação é mais grave. Na Praça Seca
(São José Operário), na Taquara (Jordão) e no Tanque (Covanca), os bandidos
estão dando as cartas. Não há paz para os moradores. Em todo o Bairro,
encontramos pessoas apavoradas, mas nesses pontos a situação é mais
grave.
Na Praça Seca, a grande praça foi muito atingida
pelo BRT. Mas, o que salta aos olhos, além da elevada criminalidade, é o
abandono flagrante do chafariz histórico, onde muito lixo e água retida podem
ser veículos de doenças; o coreto que serve para abrigo de mendigos; os
canteiros sem plantas de jardim; árvore seca e pronta para cair e causar
acidente e outras repletas de parasitas indicam descaso. A Praça Seca poderia
ser local de apresentação de peças teatrais, música e de outros eventos
culturais e de entretenimento.
O mesmo sinal de abandono se constata na Praça
Saiqui, situada no Valqueire. Nela, poderia ser colocado um equipamento
público, como uma arena – Lona Cultural –, com tratamento acústico, para não
prejudicar os moradores. Ou uma feira ordenada.
Nosso bairro não tem um teatro público. Já pedimos
ao Prefeito da cidade a transformação da Lona Cultural do Barro Vermelho em
arena cultural. Também solicitamos ao Prefeito atenção para a Biblioteca
Cecília Meirelles, situada na Rua Dr. Bernardino, na Praça Seca. Ela está cheia
de infiltrações, e o prédio não é municipal.
Junto ao Secretário Municipal de Transportes,
estamos pleiteando a solução para o caso do Plano inclinado da Penna, visto que
o mesmo não atende às pessoas idosas e às portadoras de deficiência. Tem que
haver uma solução, como a colocação de veículo que conduza as pessoas desde o
Largo da Freguesia ou, pelo menos, do patamar da Igreja do Loreto até a estação
do Plano inclinado, viabilizando sua utilização por muitos usuários.
Ainda junto à Prefeitura, temos solicitado um
tratamento especial para o Parque Municipal Pinto Teles. Reivindicamos a
realização de um estudo para recuperar o Campo do Sete de Setembro e a
implementação de projetos da Prefeitura nesse equipamento.
As escolas municipais Júlio Verne, em Portugal
Pequeno, Dom Armando Lombardi, na Praça Seca, e a Edgar Werneck estão ou sem
quadra de esportes ou com a quadra aguardando sua recuperação.
Os cariocas que não conhecem precisam visitar o
alto da Pedra do Galo, onde se encontra a Igreja de Nossa Senhora da Penna. A
vista de 360 graus possibilita ao visitante conhecer a Baixada de Jacarepaguá,
a Barra da Tijuca, o Camorim e o Recreio dos Bandeirantes. Ainda temos, como
atrações turísticas, o Bosque da Freguesia, a Igreja de Nossa Senhora do
Loreto, na Freguesia, o Museu Bispo do Rosário na Colônia Juliano Moreira
(Taquara).
Ao comemorarmos 421 anos de fundação de nosso
Bairro, queremos dedicar nosso tributo a Jacarepaguá, em nome dos mais de um
milhão de moradores, dizer de nosso orgulho de nele morarmos, e chamar a
atenção das autoridades para que nos respeitem, implementando as políticas
públicas que merecemos.
Parabéns aos moradores e amigos de Jacarepaguá!
Muito obrigado”.
Fiz a homenagem a nosso bairro, Jacarepaguá. Quero
apenas reiterar que, durante o mês de setembro, que é o mês de nosso
bairro, o mês de Jacarepaguá, na Igreja de Nossa Senhora da Penna teremos
festividades alusivas também ao aniversário daquele templo.
Vale dizer que o alto da Pedra do Galo, onde se
situa a Igreja da Penna, na verdade não é um local apenas para católicos. A
gente fala Nossa Senhora da Penna e parece que estamos remetendo apenas às
pessoas católicas. Não. A pessoa pode perfeitamente ir lá ao topo da Pedra do
Galo e ter uma vista maravilhosa da Baixada de Jacarepaguá, e é realmente uma
visita interessante para quem gosta de turismo e ecoturismo. Muito
interessante. Quero convidar todos os moradores da Cidade do Rio de Janeiro que
conhecem normalmente a Igreja da Penha, que é mais famosa, tema de novelas e
também um lugar prazeroso, bonito, que várias vezes visitei, a visitarem a
Igreja de Nossa Senhora da Penna, que é a protetora dos artistas e que fica lá
no alto da Pedra do Galo, na Freguesia. Vale a pena visitar. Embora não
contemple plenamente as pessoas portadoras de deficiência, o plano inclinado
atende, medianamente, aos interesses daqueles que pretendem chegar ao topo da
Pedra do Galo.
Senhor Presidente, era o que eu tinha para hoje.
Muito obrigado.
E viva Jacarepaguá!