1ª Parte do Grande Expediente
|
29/09/2015
|
|
Discurso
|
...
|
77ª Sessão
|
Senhor Presidente,
senhores vereadores, senhoras e senhores, os reboques e as multas em
Jacarepaguá estão se tornando um problema muito sério para comerciantes e para
os clientes do bairro. Nós temos recebido inúmeras reclamações através de
cartas, através de Facebook, através de contato pessoal com nosso gabinete
itinerante, através de telefonemas. Não só, repito, dos comerciantes, como
também dos clientes. Eu vou, para ratificar isso que acabo de dizer, ler para
os senhores um e-mail que recebi de uma das comerciantes doValqueire. Esse
problema em Valqueire também acontece na Praça Seca, também acontece na
Taquara, no Tanque e na Freguesia.
Todo o bairro está realmente sofrendo muito com
essa questão dos reboques e das multas. Passo à leitura do ‘e-mail’ da
comerciante, cujo nome eu vou omitir. Vou ler como ela escreveu:
“Sou comerciante no Valqueire e, como eu, todo o
comércio vem pagando um alto preço por não ter lugar para estacionar, e ser
vítima do reboque diariamente.
Desde outubro do ano passado, claro que, além da
crise, que é grande com o nosso governo, temos sido punidos por não ter onde os
clientes estacionarem.”
Repito: estou lendo ipsis litteris.
“Por várias vezes, o cliente vai fazer algo no
comércio local, como unha, como comprar uma roupa, e, quando volta, seu carro
não se encontra. Aí, a grande dúvida: foi roubado ou rebocado?
O cliente não tem voltado, deixando, assim, de
utilizar o comércio do Valqueire, onde teve uma queda nas vendas muito grande,
pois o cliente já está de carro e, ao invés de vir para o comércio do
Valqueire, que não tem onde estacionar, busca um shopping ou bairros mais
próximos que tenham onde estacionar.
O comerciante também sofre, pois vem trabalhar e
tem que colocar seu veículo muito longe do local do seu trabalho, onde não tem
iluminação e onde corremos risco constante de assaltos.
Penso que, de forma organizada, poderia permitir o
estacionamento dos veículos no Valqueire, pois, quando teve o interesse, a
Prefeitura colocou guardadores e, onde não é permitido, se tornou permitido.
Mas o povo ficou chateado e a Prefeitura tirou a maioria dos guardadores e
colocou a placa de ‘Não estacionar.”
Estou lendo ipsis litteris.
“Gostaria da ajuda para poder fazer o comércio
voltar a crescer como vinha crescendo, mas que agora estacionou, e já estamos
vendo que pode iniciar para regredir. No Natal do ano passado e em outras datas
festivas, ficamos espantados com o movimento. Os clientes estão com medo, pois
não têm onde estacionar e quando mesmo assim o fazem, correm o risco. Pode
verificar com o comércio a quantidade de carros rebocados.
Por favor, peço a ajuda para voltar o movimento dos
clientes, pois está difícil, não só com a crise, mas também com a falta de
local para parar o automóvel.
Desde já agradeço a atenção e aguardo o seu
contato.”
Então, esse pânico que existe entre os motoristas e
entre os clientes é uma coisa que está muito séria. Entende que tem que haver
ordem para estacionar nos lugares devidos – isso ninguém discute. Ninguém é
contra a ordem, mas essa ordem tem que ser de tal maneira que haja um
equilíbrio nos interesses. Ordenar é importante, mas também organizar,
disciplinar de uma maneira a que os próprios proprietários dos estabelecimentos
possam colocar os seus veículos em segurança, e principalmente os clientes
possam comprar nessas lojas comerciais.
A reclamante cita que compreende que há uma crise
no Brasil, e que os comerciantes, os empresários em geral estão sofrendo com
essa crise. Mas, indubitavelmente, quando a gente cria normas ou situações
punitivas para aprofundar essa questão, não há como os empresários garantirem
emprego e renda.
Então, em nome dos clientes – claro que não é a
maioria –, dos empresários e até pequenos empresários, comerciantes, eu venho
pedir ao Secretário de Ordem Pública e às demais autoridades envolvidas no
processo que estudem viabilizar a questão de como estacionar próximo a
essas, que não são conflituosas, não há grande circulação de automóveis.
Há casos inclusive de academias de ginástica que não têm estacionamento, e
quando foi dado alvará não tinha, não tem, mas se foi dado alvará estão
autorizadas a funcionar e a qualquer hora, às vezes até domingos e feriados, as
pessoas não podem frequentar essas academias, não podem visitar seus parentes
porque a repressão é muito grande.
Então, em nome da população de Jacarepaguá, repito,
e dos comerciantes, peço isso à Prefeitura para viabilizar a manutenção do
comércio local.
Obrigado.