terça-feira, 26 de janeiro de 2016

1ª Parte do Grande Expediente 15/10/2015 Discurso 85ª Sessão

1ª Parte do Grande Expediente
15/10/2015

Discurso
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85ª Sessão
Senhor Presidente, senhores vereadores, senhoras e senhores: hoje, 15 de outubro, é uma data das mais relevantes da nossa cidadania, é o dia do Mestre, o dia do Professor. Quero aqui saudar, portanto, a todos os professores e a mim mesmo, que ainda milito nessa atividade. Trago aqui a seguinte mensagem:
O Brasil, Senhor Presidente, ficou na penúltima colocação entre 21 Nações em um índice sobre valorização dos professores divulgado por uma fundação internacional, sediada em Londres. O Brasil está à frente apenas de Israel no quesito status dado aos seus educadores. Em primeiro lugar aparece a China, seguida da Grécia, Turquia, Coreia do Sul e Nova Zelândia.
Os 21 países analisados foram selecionados pelo desempenho no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes. Em cada nação, foram feitas 1.000 entrevistas que levaram em conta o status do professor, a recompensa recebida pelo trabalho e a organização do sistema de ensino. Os países asiáticos tiveram desempenho superior a nações europeias como Holanda, Reino Unido e França e também Estados Unidos, que aparecem no meio da fila. A pesquisa também comparou o ‘status’ do professor a outras profissões. Vejam só, em 2/3 dos países os professores foram comparados a assistentes sociais. No Brasil, nos Estados Unidos, na França e na Turquia as pessoas pensam que os professores são mais semelhantes a bibliotecários. Apenas na China, os entrevistados disseram que acreditam que o professor tenha o mesmo ‘status’ de um médico.
Enquanto na China, 50% dos entrevistados disseram que incentivariam seus filhos a seguir carreira do magistério, apenas 8% fariam o mesmo em Israel. Já no Brasil, cerca de 20% afirmaram que encorajariam seus filhos a seguir a profissão.
Outra análise interessante: uma pesquisa global feita com mais de 100 mil professores e diretores de escola do segundo ciclo do ensino fundamental e do ensino médio, com alunos entre 11 e 16 anos, põe o Brasil no topo de um ‘ranking’ de violência em escolas.
Na enquete da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, 12,5% dos professores ouvidos no Brasil disseram ser vítimas de agressões verbais ou de intimidação de alunos pelo menos uma vez por semana. Trata-se do índice mais alto entre os 34 países pesquisados: a média entre eles é de 3,4%. Depois do Brasil vem a Estônia, com 11%, e a Austrália com 9,7%. Na Coreia do Sul, na Malásia e na Romênia, o índice é zero.
“A escola hoje está mais aberta à sociedade. Os alunos levam para a aula seus problemas cotidianos”, disse à BBC-Brasil, o chefe da Divisão de Inovação e Mediação dos Progressos em Educação da OCDE.
O estudo internacional sobre professores, ensino e aprendizagem também revelou que apenas um em cada dez professores, no Brasil, acredita que a profissão é valorizada pela sociedade: a média global é de 31%.
O Brasil está entre os 10 últimos da lista nesse quesito, que mede a percepção que o professor tem da valorização da sua profissão. O lanterna é a Eslováquia, com 3,9%. Em seguida, estão a França e a Suécia, onde só 4,9% dos professores acham que são devidamente apreciados pela sociedade.
Já na Malásia, quase 84% dos professores acham que a profissão é valorizada. Na sequência vêm Cingapura, com 67,6% e a Coreia do Sul, com 66,5%.
A pesquisa ainda indica que, apesar dos problemas, a grande maioria dos professores no mundo se diz satisfeita com o trabalho.
A conclusão da pesquisa é de que os professores gostam do seu trabalho, mas não se sentem apoiados e reconhecidos pela instituição escolar e se veem desconsiderados pela sociedade em geral.
É verdade, Senhor Presidente, nós professores acreditamos no que fazemos e em nossa importância para a sociedade. Em relação à confiança de que o professor pode ajudar e dar uma boa educação aos alunos, o Brasil liderou as respostas positivas – olha que paradoxo – seguido da Finlândia. Sobre o salário, 95% dos entrevistados em todos os países disseram que acreditam que educador dever ganhar mais do que recebe atualmente.
O interessante dessa pesquisa em relação ao Brasil é que a sociedade acredita na importância do professor, acha que não há valorização especialmente no aspecto salarial, mas não se move para pressionar os governantes, para reparar as distorções existentes. Por isso muitos maus políticos em época eleitoral mentem prometendo mundos e fundos ao magistério, o que não cumprem uma vez eleitos.
Senhor Presidente, desde os seis anos de idade até hoje vivo na educação. Nesses 62 anos fui aluno, professor regente de turma, coordenador de turno, supervisor pedagógico, supervisor de escola municipal e hoje voltei a ser aluno. Sempre ouvi das autoridades que educação é prioridade, mas isso nunca passou do discurso para a prática. É com muita admiração e respeito que me dirijo a você professor, professor como eu, para dizer que estamos de parabéns pela data de hoje. Eles não querem nos valorizar, mas deveriam saber que uma nação só prospera com educação. O professor é o alicerce da educação. E,finalmente, não há nação próspera sem uma verdadeira valorização do professor.
Salve o dia do Mestre, Salve o dia dos Professores.

Muito obrigado, Senhor Presidente.