1ª Parte do Grande Expediente
|
10/09/2015
|
|
Discurso
|
...
|
70ª Sessão
|
Senhor Presidente, senhores
vereadores, senhoras e senhores, Jacarepaguá é um bairro tão grande e tão
importante que merece o meu retorno a esta Tribuna.
Ontem, Jacarepaguá completou 421 anos de fundação.
O bairro que hoje tem mais de um milhão de habitantes e que cresce, sem parar,
do ponto de vista demográfico, precisa da atenção das autoridades. Sou da época
em que nossa vocação era rural e as moradias eram construídas em terrenos de
grandes dimensões, geralmente de 10 por 100 metros. Eram raras as construções de
mais de um pavimento. Não havia razão para prédios elevados. Os rios não eram
poluídos e neles víamos peixes e camarões; as matas cobriam as encostas; não
havia engarrafamentos na Avenida Geremário Dantas, na Rua Cândido Benício, na
Avenida Nélson Cardoso, na Estrada dos Bandeirantes nem na Estrada dos Três
Rios, principais vias do bairro.
Os botecos, as vendas, as feiras livres, os
açougues, as peixarias, além das padarias, constituíam o comércio e se
concentravam nos chamados Largos. Largo da Porta D'Água (Freguesia), Largo do
Anil, Largo da Taquara, Largo do Pechincha, Largo da Praça Seca, Largo da
Gardênia Azul e Largo do Tanque. Não havia ‘shoppings’, nem supermercados. A
Praça Seca era o ponto de encontro, aos sábados e domingos, das famílias que vinham
de todos os lugares de Jacarepaguá, por meio do bonde ou do lotação. Os Cines
Baronesa e Ypiranga faziam parte dessa programação dominical.
Nos dias de carnaval, os comerciantes dos Largos se
reuniam e patrocinavam os bailes em torno dos coretos construídos para tal e,
com beleza e criatividade, que acabavam provocando competição e o concurso para
ver qual deles era o mais bonito e o mais animado.
As festas juninas do Retiro dos Artistas
atraíam cariocas de todos os cantos. Ao final do dia, após a jornada de
trabalho, as famílias se reuniam nas calçadas para ver o pôr do sol e bater
papo descontraidamente com a criançada ao redor.
Nós éramos felizes e sabíamos!
Com a chegada das grandes indústrias e, em
consequência, um grande contingente de pessoas que migraram de outros bairros
em busca de emprego e de moradia próxima ao local de trabalho, a ocupação do
solo desordenada, as construções de barracos e de casas simples, algumas até
sobre as margens dos rios e o desmatamento trouxeram problemas graves.
Sem infraestrutura para tal crescimento
demográfico, o lançamento de esgoto sanitário é feito direto nos rios e em
valas que surgiram para desembocar nesses rios, ou ainda, na rede de águas
pluviais. O que se poderia esperar: poluição dos rios, morte das vidas aquáticas
e odor fétido.
A migração para Jacarepaguá aumentou e continua
ocorrendo, em razão da maior quantidade de lojas comerciais que geram emprego e
atraem pessoas.
Os terrenos, antes ocupados por uma única casa com
seus cômodos sobre uma base única no chão, deram lugar aos conjuntos
habitacionais com inúmeros prédios e um exagerado número de apartamentos. Mas
não ocorreu planejamento para tal crescimento. A poluição aumentou, porque não
se resolveu, ainda, a questão do lançamento adequado dos materiais de esgoto
domiciliar e das lojas comerciais.
Ao mesmo tempo, o número de veículos que circulam
nas mesmas velhas estradas e ruas aumentou exponencialmente. O trânsito virou
um inferno em Jacarepaguá.
Nas construções habitacionais que passaram a formar
aglomerados nas encostas ou mesmo no plano horizontal, surgiram os focos de
tensão social e o poder paralelo que domina, impõe regras e códigos, gerando
insegurança e desespero. Algumas dessas comunidades da Praça Seca e da Taquara
estão sofrendo demais com a questão da falta de Segurança Pública.
No mês de aniversário do bairro, não podemos deixar
de reforçar nossos apelos às autoridades para que invistam no bairro que mais
arrecada nesse município.
É indispensável atuar mais decisivamente na questão
da segurança Pública; há que se resolver o problema do trânsito nas grandes
vias; as linhas de alimentação do BRT têm que melhorar; as quadras das escolas
municipais Dom Armando Lombardi e Júlio Verne têm que ser construídas; a quadra
de esportes da Escola Municipal Edgard Werneck, na Freguesia, tem que ser
recuperada; as obras do Centro de Referência dos Portadores de Deficiência, no
Mato Alto, têm que ser retomadas urgentemente; o Parque Municipal Pinto Teles
precisa de projetos da Prefeitura para atender a demanda local; a Praça Seca
precisa de cuidados com o chafariz, com o coreto, com os jardins, com a remoção
de árvores secas que ameaçam desabar; a Praça Saiqui precisa ser revitalizada,
colocando-se um equipamento público na mesma; há que se cuidar de disponibilizar
algum meio de transporte para pessoas idosas e com deficiência, a fim de que as
mesmas possam usufruir do Plano Inclinado da Penna na Freguesia.
A Biblioteca Municipal Cecília Meireles precisa
mudar de local e ter um espaço próprio e bem cuidado pelo Poder Público.
O bairro precisa ter um teatro municipal.
A separação do esgoto sanitário da rede pluvial tem
que ser implementada urgentemente.
O Centro Cultural Professora Dyla de Sá precisa de
um tratamento compatível com a sua importânciapara o bairro.
Há que se estudar um mecanismo para disponibilizar
vagas para estacionamento em Jacarepaguá, pois as reclamações são constantes,
no que tange às multas e aos reboques.
Já que fomos vítimas de um crescimento desordenado,
apelamos para a boa vontade das autoridades públicas, no sentido de melhorar a
qualidade de vida da população local.”
Para encerrar, Senhor Presidente, eu queria, em
nome do bairro e das organizações que estão promovendo eventos, citar aqui
rapidamente a programação que corre durante este mês.
“Dia 11 de setembro às 19 horas — Ciclo Rotas
Jacarepaguá, no Teatro Sesi.
Dia 12 de setembro às 18 horas — Encontro de Corais
no Teatro Sesi.
Dia 13 de setembro às 11 horas e às 18 horas —
Missa na Igreja de Nossa Senhora da Penna.
Dia 19 de setembro às 8 horas — Café da Manhã no
Bosque da Freguesia — evento da Firjan.
Dia 20 de setembro às 11horas e às 18 horas — Missa
acompanhada pela Cantora Ghislaine, na Igreja Nossa Senhora da Penna.
Dia 21 de setembro às 9 horas — Homenagem às
personalidades de Jacarepaguá, pela Acija, no Garden Party.
Domingo, dia 27 de setembro, às 11 horas e às 18
horas – Missa na Igreja de Nossa Senhora da Penna.”
Senhor Presidente, muito obrigado! E salve
Jacarepaguá!