1ª Parte do Grande Expediente
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15/10/2015
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Discurso
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85ª Sessão
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Senhor Presidente,
senhores vereadores, senhoras e senhores. Como não podia deixar de ser, novamente
o tema é educação.
Hoje nós nos surpreendemos negativamente porque,
pela manhã – chegamos aqui por volta de 8 horas – fomos ver na banca de jornal
para ver o que saía nos principais jornais da cidade. E notamos que nenhum
jornal, daqueles tradicionais, fez menção, o que eu esperava, a esta data.
Para ser justo, só na Folha Dirigida eu observei
isso. Aliás, a bem da verdade, por justiça, a Folha Dirigida destacou dois
cadernos para a Educação. Portanto, a gente, aqui, quer fazer uma homenagem à
Folha Dirigida lendo um texto que foi colocado.
O SR. CESAR MAIA – Vossa Excelência me concede um
aparte?
O SR. PROF. CÉLIO LUPPARELLI – Pois não, Senhor
Vereador.
O SR. CESAR MAIA – Um pequeno aparte só para uma
correção: nenhum dos jornais fez menção ao Dia do Mestre na primeira página.
O SR. PROF. CÉLIO LUPPARELLI – Exatamente.
Acho relevante porque pela data que é, num país em
que a Presidente da República diz que é “a Pátria Educadora”, os jornais
deveriam dar ênfase.
O jornal Folha Dirigida publicou o seguinte texto,
e o leio como homenagem e agradecimento ao jornal, que dispensou, como disse,
dois cadernos especiais. O texto diz o seguinte:
“O Brasil tem, de acordo com o Censo Escolar de
2014, um total de 2.190.743 professores, que atuam nas turmas de educação
infantil e nos ensinos fundamental e médio.
Os dados mostram que certos aspectos tradicionais
permanecem, como a predominância de mulheres na educação. Mas o que chama a
atenção é a perspectiva da falta de professores em função do envelhecimento da
categoria. Dos professores brasileiros, quase 60% atuam nas turmas de ensino
fundamental, que, por sinal, concentram a maior parte dos cerca de 50 milhões
de alunos do país. Educação infantil e ensino médio têm praticamente a mesma
participação no total de docentes: cerca de 20%. Um dos panoramas mais
preocupantes, no entanto, é relativo à idade. Segundo dados do censo, 45% dos
professores do país têm mais de 41 anos. Considerando-se que a idade ideal de
término do ensino médio é 18 anos de idade, e que dos cursos de licenciatura,
pelo menos três anos, pode-se concluir que boa parte desses docentes estão
próximos da aposentadoria.
Na visão do Professor Edgar Flexa Ribeiro,
presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Rio de Janeiro, os dados
são extremamente alarmantes. Segundo ele, trata-se de um reflexo do processo de
desvalorização dos docentes no Brasil. “É preciso entender que em nenhum país
do mundo o jovem chega ao início da vida e diz: ‘Quero ser rico. Vou ser
professor’. Nem na Suécia e em nenhum país do mundo. Em todos os países do
mundo o professor não fica rico. Mas, em contrapartida, é muito respeitado.
Reconhece um professor como fundamental para a educação do povo. O problema é
que, no Brasil, ao contrário do que acontece nos outros países, o professor não
é respeitado”, salienta o educador.
Para o presidente da Associação Brasileira de
Educação, João Pessoa de Albuquerque, o pequeno número de professores jovens é
um sinal de que os atrativos para a carreira não estão despertando o interesse
daqueles que se formam no ensino médio. Na verdade, o professor é um
profissional com o maior efeito multiplicador em qualquer sociedade no mundo.
E, para que haja o estímulo ao exercício de qualquer atividade profissional, é
fundamental uma remuneração condizente com a importância dessa atividade. E a
remuneração que se dá ao professor, no Brasil, está muito aquém do que esse
profissional de efeito multiplicador merece. Destaca o educador. Haverá o dia
em que a sociedade brasileira e seus governantes vão compreender essas lições.”
A gente espera que isso seja um fato, que tenha
reflexo na sociedade, mas especialmente nos governantes.
Para encerrar a minha fala, Senhor Presidente, e
como vamos bater nessa tecla até o dia 12 de novembro, para ser coerente com o
que prometi, com a cidadania, quero lembrar: no dia 15 de novembro haverá o
pleito para escolha dos Conselheiros Tutelares. Nossa preocupação é enorme,
permanente. Para que sejam escolhidas pessoas adequadas para exercer tão
importante função, já avisamos, reiteramos e estamos repetindo, há necessidade
de:
1º- A Comissão Eleitoral analisar detalhada e
minuciosamente as declarações apresentadas pelos candidatos, comprovando
idoneidade e exercício de atividades com crianças e adolescentes por, no
mínimo, dois anos;
2º- O TRE tem que comandar o processo de votação,
senão haverá fraude;
3º- Deverá haver segurança para eleitores e
candidatos por meio da Polícia Militar e da Guarda Municipal;
4º- Exige-se a presença do Ministério Público
fiscalizando o processo nos locais de votação.
Muito obrigado e salve o Dia dos Professores.