terça-feira, 26 de janeiro de 2016

1ª Parte do Grande Expediente 03/12/2015 Discurso 106ª Sessão

1ª Parte do Grande Expediente
03/12/2015

Discurso
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106ª Sessão

Senhor Presidente, Vereadores Leonel Brizola Neto, Reimont, Teresa Bergher, senhoras e senhores.
Hoje pela manhã estivemos em uma reunião no CDCA, em que a Presidente do Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente, Deise Gravina, comandou mais uma reunião para tratar com os candidatos a conselheiros tutelares, enfocando no modelo, forma e locais de votação.
O que me chamou atenção nessa reunião foi o espírito democrático com que a Presidente Deise conduziu os trabalhos. Ela apresentou os locais, no caso era o CT-9 que inclui Campo Grande, Inhoaíba, Santíssimo, toda aquela região. Os candidatos tiveram oportunidade de ver a lista de pontos de votação e opinaram, tira daqui, bota para ali, de maneira a facilitar a população, os eleitores a chegar, portanto, nos pontos ideais para exercer sua cidadania.
Então, foi um trabalho interessante, porque deu oportunidade a que, por votação, portanto democraticamente, os postos de votação fossem escolhidos.
Durante essa reunião houve um conjunto de denúncias que achei oportuno trazer para cá. Devíamos ter mais ou menos entre 40 a 50 candidatos, ou seja, esmagadora maioria que diz ter filmes, gravações que mostram, portanto, que alguns parceiros nossos aqui, alguns pares, alguns vereadores, de maneira ilícita estavam fazendo boca de urna naquela área e disseram mais: as denúncias não se limitam evidentemente à área da CT-9 em todo o Rio de Janeiro e cobraram de mim, que estava lá porque sou o Vice-Presidente do Conselho de Direitos, uma postura.
Eles foram mais longe: são líderes religiosos, também diretores de escolas municipais, escolas que são postos de votação. Então, não me restou outra alternativa a não ser me comprometer a, juntamente com a Presidente, que nós, do Conselho, vamos denunciar ao Ministério Público todos os casos de interferência nefasta no processo de eleição.
Nós estamos lá trabalhando de maneira realmente mais prudente possível para termos a melhor escolha. Já conseguimos, através da Presidente e da Mesa Diretora, que o TRE participe do processo de votação e apuração, o que é um ganho. Já conseguimos o apoio da Guarda Municipal, que lá hoje estava presente, se comprometendo a tratar da garantia do processo, coisas que eu vinha aqui reiteradamente reclamando.
Agora nós precisamos do apoio daqueles que têm a responsabilidade maior de zelar para que as eleições sejam limpas - nós, parlamentares. Então, eu estou aqui em tom de apelo aos vereadores dessa Casa e aos deputados que compõem a Assembleia Legislativa. Não vamos viciar o processo, nossa interferência não é saudável no processo, nós não temos que fazer boca de urna, nós não temos que alugar ônibus para levar eleitores, nós não temos que promover churrascos ou feijoadas para incentivar eleitores. Isso é um procedimento altamente negativo para a seleção dos Conselheiros Tutelares.
Agora, também falo aos diretores de escolas municipais, e com muita autoridade porque fui diretor de escola municipal e jamais me envolvi nesse processo e, como vereador, jamais me envolverei também. Peço aos diretores de escolas municipais que fiquem, portanto, também fora desse processo no que tange ao lado negativo. Deem toda a logística e apoio, mas nunca boca de urna, nunca promover atos ilícitos, viciando o processo eleitoral.
Falamos o mesmo para os líderes religiosos. Por favor, a sagrada missão que tem o líder religioso é incompatível com fraude. Eu vou desconfiar muito de um líder religioso que se meter nesse processo, viciando a escolha dos Conselheiros Tutelares. Portanto, vejam o que estamos falando. Parlamentares, vereadores, deputados estaduais, líderes religiosos de qualquer credo e diretores de escolas têm que ficar fora do vício da fraude. É um apelo que faço porque lá os candidatos me cobraram e eu me comprometi. Se eles filmarem e enviarem para a Mesa Diretora da qual eu faço parte e, portanto, tenho responsabilidade de dar encaminhamento juntamente com a Presidente e demais componentes da Mesa, ao Ministério Público de tudo o que for comprovado. Nós vamos botar para frente.
E aqui nesta tribuna nós vamos nominar – eu vou repetir – mesmo que façam cara feia, nós vamos nominar quais foram aqueles agentes que viciaram o processo, sejam vereadores, sejam deputados, sejam líderes religiosos, sejam diretores de escola. Se chegar ao nosso conhecimento, nós não vamos deixar de dar o prosseguimento na via legal – Ministério Público – e aqui, para que fique bem clara a nossa posição de isenção, que foi sempre o norte nas discussões e nos nossos pronunciamentos nesta Casa.
Portanto, não é advertência. É apenas um apelo que eu faço a todas essas lideranças: vamos fazer, no dia 28 de fevereiro, um processo eleitoral de votação, de apuração e depois de nomeação das pessoas de maneira isenta, para que a gente tenha, realmente, o êxito que a gente espera.

Muito obrigado, Senhor Presidente.