A Prefeitura do Rio desistiu da licitação para escolher uma Organização Social (OS) para gerir a Cidade da Música, rebatizada de Cidade das Artes, e assumiu de vez a responsabilidade pelo espaço.
O secretário municipal de Cultura anunciou nesta terça-feira que a casa será inaugurada em duas etapas: na segunda quinzena do mês que vem, para visitação de alunos da rede pública, e em março, quando será aberta a temporada com a Orquestra Sinfônica Brasileira.
Recentemente, o prefeito brincou, afirmando que queria ver a Portela abrindo a Cidade das Artes. Mas as agremiações não serão incluídas na programação.
No mês passado, o Tribunal de Contas do Município suspendeu a licitação para escolha da OS sob alegação de que havia pendências. O edital previa R$ 48 milhões da prefeitura para a ganhadora da concorrência e a transferência de mais R$ 1,5 milhão para mobiliário.
Agora, a casa será gerenciada por Kalil, que deixará a Cultura para presidir a Fundação RioArte. A pasta vai funcionar na Cidade da Música.
“Tive várias conversas com o prefeito e disse que seria muito melhor se tivéssemos uma fundação. Seria uma gestão mais com a cara da cidade do Rio. E o prefeito aceitou, principalmente depois que houve questionamentos do Tribunal de Contas quanto ao edital”, disse Kalil.
O secretário estuda terceiriza o serviço de bilheteria para atuar no espaço. Ele já andou conversando com algumas empresas interessadas.Ingresso popular dos espetáculos deverá custar entre R$ 20 e R$ 50.
A prefeitura ainda não fechou os valores dos ingressos, mas para a programação popular estuda adotar preços que vão de R$ 20 a R$ 50.
Também há divergências sobre quanto vai custar aos cofres públicos administrar a Cidade da Música. A projeção é de R$ 26 milhões por ano. Já foi definido, no entanto, que não haverá concurso para contratar funcionários. Os ensaios do espetáculo "Rock in Rio, o Musical" serão abertos para os alunos das escolas públicas no mês que vem.
Em janeiro, será a vez de o público assistir à apresentação da peça. De acordo com Kalil, as despesas com limpeza, segurança, técnicos e bilheteiros serão pagas pela produção do espetáculo.
Somente com a compra de 20 pianos e computadores para a Cidade da Música, a prefeitura deve gastar mais de R$ 1,5 milhão. Os mais caros são os modelos para concertos. Cada um custa, por baixo, R$ 200 mil. Eles serão comprados com auxílio de pianistas renomados, que viajam e experimentam o instrumento antes da negociação.
“Naquele tamanho de espaço, vamos precisar, no mínimo, de três grandes pianos de concertos”, afirmou Kalil. Já foram investidos mais de R$ 520 milhões em dinheiro público no local. A manutenção custa, por mês, R$ 1,2 milhão.Kalil afirmou que os três cinemas serão inauguradas no primeiro semestre de 2013. Será feita licitação para escolher quem vai administrá-los.