sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Obras nas zonas Norte e Sul mostram cuidados distintos para cada região.


                    Na Rua Antero de Quental, no Leblon, o tapume colorido isola a obra do metrô


A paisagem no Leblon mudou. Altos tapumes listrados de azul ocupam hoje praças e ruas do bairro. Dentro, quase imperceptíveis, começam as obras para a Linha 4 do metrô, que ligará Ipanema à Barra da Tijuca. Do outro lado da cidade, em Madureira, a paisagem também é outra. Diante dos olhos de todos, atrás de redes rasgadas, as obras do novo viaduto do bairro ganham forma, de maneira nada silenciosa e limpa. Sem os glamourosos cercadinhos da Zona Sul, os moradores da Zona Norte precisam — literalmente — passar por cima dos problemas. Zé Lador esteve nos dois bairros e constatou: até na hora do quebra-quebra, os fluminenses são tratados de forma diferente pelo poder público.

Enquanto isso, em Madureira, canteiro de obras é isolado por fitas plásticas


Em Madureira, há máquinas, entulhos e até manilhas nas calçadas, sem nenhum tipo de isolamento. Em vias tomadas pelas obras, pedestres precisam disputar espaço com os ônibus, enquanto lutam contra a poeira que voa. Nas ruas, cones quebrados, amarrados por fitas plásticas, indicam por onde os motoristas devem seguir.
— Aguentamos as obras até muito bem, passando por cima dos buracos, enfrentando trânsito e bagunça, mas faltou sinalização. Buracos são um perigo para idosos — lembra a aposentada Maria Felix, de Madureira.
Na Zona Sul, não falta sinalização. Colocados em placas de concreto, sinais luminosos vermelhos avisam sobre as áreas da rua e da calçada que estão proibidas. E, a partir de amanhã, quando começa a segunda fase de interdições para as obras da Linha 4 do metrô, as vans serão impedidas de circular pelo bairro. A exceção será aberta para aquelas que utilizam a reversível da Avenida Niemeyer, que funcionava das 6h30m às 10h30m e passará a operar das 6h30m às 10h, de segunda a sexta-feira.


Na Praça Antero de Quental, duas pessoas numa tenda também tiram as dúvidas dos moradores sobre as obras. Lá, são distribuídos informes, que mostram todas as dores — sim, elas também existem no metro quadrado mais caro da cidade — e as delícias de quem passa por obras.

Em Madureira

Entulho
Máquinas e entulhos estão espalhados pelas ruas e calçadas. Pedestres, muitas vezes, são obrigados a escalar as pedras.

No meio do canteiro

Moradores têm trânsito livre pelo canteiro de obras. Eles atravessam o Viaduto de Madureira, em meio a manilhas e tábuas.

Prazo das obras.

Ao contrário do Leblon, moradores receberam pouca ou quase nenhuma informação sobre as obras.

No Leblon

Entulho

Na Zona Sul, a maior parte da obra é cercada e bem sinalizada. Moradores não precisam atravessar montanhas de entulho.

Longe do canteiro

O canteiro de obras funciona em uma área exclusiva e invisível aos moradores.

Informações
O caminho de pedestres é bem definido, separado por placas de madeira, que afastam o risco de buracos. E folhetos informativos foram distribuídos.