terça-feira, 6 de novembro de 2012

Estudantes , atletas e índios : contra a privatização do Maracanã.

Os índios da Aldeia Maracanã, pais e alunos da Escola Municipal Friedenreich, e atletas que utilizavam a estrutura do Parque Aquático Júlio Delamare e do Estádio de Atletismo Célio de Barros, farão uma manifestação unificada na audiência pública sobre a privatização do estádio Mário Filho, que acontece na quinta-feira (08), às 18h, no Galpão da Cidadania, Rua Barão de Tefé, n°75, Saúde, Rio de Janeiro.

Todos devem perder seus espaços com a concessão do Estádio do Maracanã, e seu entorno, à iniciativa privada. O grupo prepara um documento que questionará o valor gasto em reformas no complexo esportivo nos últimos 15 anos, valor superior a R$1,2 bilhão, e o preço que o Governo do Estado cobrará da concessionária vencedora da licitação de exploração: R$ 7 milhões.

Dentro da Aldeia Maracanã, Aporinã mobiliza afetados pela privatização do estádio"Estamos dispostos, inclusive, a interromper a audiência pública se não nos derem ouvidos", disse Afonso Aporinã, o Chamakiri, presidente do Centro de Referência da Cultura dos Povos Indígenas, que representa legalmente os índios da Aldeia Maracanã. "Nossa intenção é apresentar alternativas possíveis para todos os interessados naquele espaço".

Ainda de acordo com Aporinã, além da presença na audiência pública, um evento cultural acontecerá nas dependências da Aldeia Maracanã. Com previsão de público de cerca de 500 pessoas, a partir das 15h da sexta-feira (09), a festividade contará com apresentações de danças, ritos e histórias indígenas.

"Vamos mostrar que a Aldeia Maracanã é extremamente ativa culturalmente", afirmou o indígena. "A mobilização também chamará a atenção para a violência praticada contra os nossos irmãos Guarani-kaiowá, do Mato Grosso do Sul".