PM infiltrou agentes na audiência do Maracanã .Presença de homens a paisana no movimento social não foi explicada.
Os movimentos sociais que protestaram durante a audiência pública que discutiu o regime de concessão do Maracanã, nesta quinta-feira (8), acusam a Polícia Militar de infiltrar agentes à paisana no meio do público, como forma de intimidar os participantes. Este tipo de prática era típica dos tempos de ditadura. Diversos presentes relataram terem sido abordados e acusados de delitos.
Segundo informações dos manifestantes, os agentes seriam do Serviço Reservado (P-2) da Polícia Militar e atuaram descaracterizados para reprimir os que participavam do movimento.
Um deles, o menor J., de 16 anos, foi acusado por um homem que se identificou como membro do P-2 de ter roubado um dos microfones usados no local. Ele foi levado por amigos até a deputada estadual Janira Rocha (PSOL-RJ), que impediu sua detenção. Para afastar as suspeitas, a parlamentar abriu a mochila do adolescente na frente de diversas pessoas, provando que a denúncia não procedia. Ela questionou a atuação de policiais na repressão de movimentos sociais:
"Não é algo democrático. É uma prática fascista e antidemocrática. É o mesmo procedimento usado pelos órgãos de repressão da Ditadura contra os movimentos sociais", acusou.
Além dos agentes do Serviço Reservado, policiais do Batalhão de Choque - estes devidamente fardados e identificados - fizeram parte do esquema de segurança durante a audiência pública. Algumas pessoas foram conduzidas para os fundos do Galpão da Cidadania, na Gamboa, em uma área restrita para o público. Elas eram acusadas de estarem praticando vandalismo. Um policial, que não quis se identificar, chegou a justificar a atitude, dizendo que não era uma detenção e que as pessoas apenas estavam sendo conduzidas para uma outra saída do local.
O relações-públicas da corporação, major Ivan Blaz, foi visto observando tudo que acontecia de uma área restrita no segundo andar do galpão. Questionado sobre a presença do oficial, que não estava fardado, e sobre as denúncias de ação irregular do Serviço Reservado, a Polícia Militar limitou-se a dizer que "ninguém foi detido".
De acordo com o pesquisador de segurança pública e ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Paulo Storani, o Serviço Reservado tem funções institucionais e disciplinares dentro da corporação, não é utilizada nesse tipo de ação:
"O Serviço reservado promove levantamento de dados para fornecer dados para as ações operacionais da Polícia Militar, monitorando policiais com desvio de conduta e colhendo dados através de informações de inteligência e informantes. De algum tempo abandonou-se a prática de infiltração", explicou. ( JB )
Os movimentos sociais que protestaram durante a audiência pública que discutiu o regime de concessão do Maracanã, nesta quinta-feira (8), acusam a Polícia Militar de infiltrar agentes à paisana no meio do público, como forma de intimidar os participantes. Este tipo de prática era típica dos tempos de ditadura. Diversos presentes relataram terem sido abordados e acusados de delitos.
Segundo informações dos manifestantes, os agentes seriam do Serviço Reservado (P-2) da Polícia Militar e atuaram descaracterizados para reprimir os que participavam do movimento.
Um deles, o menor J., de 16 anos, foi acusado por um homem que se identificou como membro do P-2 de ter roubado um dos microfones usados no local. Ele foi levado por amigos até a deputada estadual Janira Rocha (PSOL-RJ), que impediu sua detenção. Para afastar as suspeitas, a parlamentar abriu a mochila do adolescente na frente de diversas pessoas, provando que a denúncia não procedia. Ela questionou a atuação de policiais na repressão de movimentos sociais:
"Não é algo democrático. É uma prática fascista e antidemocrática. É o mesmo procedimento usado pelos órgãos de repressão da Ditadura contra os movimentos sociais", acusou.
Além dos agentes do Serviço Reservado, policiais do Batalhão de Choque - estes devidamente fardados e identificados - fizeram parte do esquema de segurança durante a audiência pública. Algumas pessoas foram conduzidas para os fundos do Galpão da Cidadania, na Gamboa, em uma área restrita para o público. Elas eram acusadas de estarem praticando vandalismo. Um policial, que não quis se identificar, chegou a justificar a atitude, dizendo que não era uma detenção e que as pessoas apenas estavam sendo conduzidas para uma outra saída do local.
O relações-públicas da corporação, major Ivan Blaz, foi visto observando tudo que acontecia de uma área restrita no segundo andar do galpão. Questionado sobre a presença do oficial, que não estava fardado, e sobre as denúncias de ação irregular do Serviço Reservado, a Polícia Militar limitou-se a dizer que "ninguém foi detido".
De acordo com o pesquisador de segurança pública e ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Paulo Storani, o Serviço Reservado tem funções institucionais e disciplinares dentro da corporação, não é utilizada nesse tipo de ação:
"O Serviço reservado promove levantamento de dados para fornecer dados para as ações operacionais da Polícia Militar, monitorando policiais com desvio de conduta e colhendo dados através de informações de inteligência e informantes. De algum tempo abandonou-se a prática de infiltração", explicou. ( JB )