sábado, 9 de julho de 2011

CRIMES ATÉ EM HOSPITAIS PARTICULARES

Polícia encontra alimentos e remédios vencidos em hospital infantil na Tijuca


Remédios e alimentos vencidos foram apreendidos nesta sexta-feira, no Hospital Prontobaby, na Tijuca. A operação da Delegacia do Consumidor (Decon) ocorreu após denúncia do pai de menina de 2 anos internada. O diretor médico, a farmacêutica e a nutricionista da unidade pediátrica particular foram presos por crime previsto na Lei de Relação de Consumo.

Os policiais encontraram alimentos, remédios e utensílios médicos com data de validade vencida no Hospital Pronto Baby . “Minha filha tem tumor cancerígeno no cérebro. Está inconsciente, mas não posso aceitar que não receba tratamento digno. Quando vi que o técnico aplicaria um medicamento diferente, peguei a caixa e verifiquei que venceu em junho”, conta Leonardo Machado Lourenço, 32 anos, pai de Sophia.

Segundo o delegado titular da Decon, Maurício Luciano de Almeida e Silva, além deste remédio, apresentado por Leonardo, policiais encontraram no almoxarifado outros, que perderam a validade entre março e junho, inclusive um injetável para problemas cardíacos. Eles não estavam separados dos demais. “É maldade. Remédio vencido pode não fazer efeito, o que já é grave, ou até ser tóxico. Nada sugeria que seriam descartados”, afirma Maurício.

O hospital diz que o remédio apresentado pelo pai não é do lote usado pelo hospital. E nega que tenha oferecido remédio vencido à criança. Alega ainda que os produtos estavam separados para descarte. Os investigados podem ser condenados a até 5 anos de prisão. Os produtos apreendidos serão encaminhado à perícia. “Se ficar constatado que houve alteração na fórmula, o diretor médico e a farmacêutica podem ser autuados por crime contra saúde pública. É crime hediondo, que prevê pena de até 15 anos”, disse o delegado.

Pão com mofo, pizza velha, carne e peixe sem datas de validade na embalagem ou procedência. Foi isso que os policiais da Decon encontraram na cozinha do Prontobaby. “Pacientes e acompanhantes podem ter recebido alimentos vencidos. Esses produtos não estavam separados. Aliás, pão mofado e pizza vencida sequer deveriam estar na cozinha de um hospital”, afirmou o delegado Maurício Luciano.

A assessoria do hospital diz que os itens seriam descartados. E que a carne estava fora da embalagem porque seria servida.

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