quinta-feira, 14 de julho de 2011

CABRAL DEVERIA RENUNCIAR

O Rio de Janeiro vive uma situação delicada. No interior, a PF vasculha os documentos da prefeitura de Nova Friburgo e as denúncias de corrupção em Teresópolis ficaram mais diretas com a aparição de uma testemunha.


Só em Nova Friburgo, foram gastos R$10 milhões mas o Ministério Público ainda não encontrou a comprovação dessas despesas.

Em Teresópolis devem ter chegado R$7 milhões e o prefeito contratou empresas especializadas em locação de vídeo para obras de engenharia.

Como se não bastassem essas denúncias, o gabinete do deputado Luiz Paulo Correa da Rocha, fez uma pesquisa e demonstrou que o governo do Estado utilizou R$147 milhões, sem licitação.

Esses gastos então foram muito estranhos: foram autorizados um dia depois da vigência do estado de calamidade pública, que permitia a dispensa. Para não se chocar com a lei, a autorização foi assinada com data anterior.

No mesmo dia, o Estado de São Paulo anuncia que a publicidade anual do governo do RJ subiu 117%. Agora, o governo vai gastar R$120,7 milhões para retocar sua imagem.

Interessante observar as cifras e sua relação. Para a tragédia na Serra, R$147 milhões, para a publicidade R$120,7 milhões. Quase a mesma coisa. Não há nenhum critério hierárquico nos gastos.

Isso acontece no Rio, depois da crise provocada pela queda de um helicóptero no sul da Bahia. Subitamente, a imprensa carioca descobriu as relações entre governo e empresários. A imagem do atual governador piorou em função das descobertas.

Nada que não se resolva com algumas campanhas milionárias. A fórmula de injetar dinheiro na publicidade não é nova.

Tentei denunciar esse processo no passado. Dizem que não é exclusivo do Rio. E que teria sido também uma realidade em Minas.

O problema de se apoiar em instituições como a imprensa, ou mesmo a igreja católica, é o surgimento de uma grave crise. Nesse momento, as instituições não podem ser fieis, pois sua sobrevivência histórica está acima de tudo.

Por mais que se injete dinheiro, por mais que se omitam notícias vitais, a situação nunca mais será a mesma.

As pessoas descobriram, com um imenso atraso, é verdade, que não vivem num paraíso tropical, apresentado com imagens do crepúsculo, música e depoimentos de cariocas maravilhados com sua própria existência.

Um dia, a realidade pode não prevalecer, mas, pelo menos, dá as caras. Nossa missão é mostrá-la para que não seja esquecida e os inocentes do Leblon , como no poema, passem o óleo suave nas costas, mas não esqueçam de tudo.Fonte : Blog do Gabeira , mas o título é nosso.

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