quinta-feira, 7 de julho de 2011

Código de CABRAL x Código do POVO .

Enquanto CABRAL cria Decreto para ensinar bom comportamento às autoridades , nas ruas do Rio todo mundo tem a clara noção do que é certo e errado. As frases abaixo listadas e publicadas pelo Jornal Extra em 6/7 são claros exemplos do senso comum :


- " Minha mãe botava de castigo se a gente aparecesse com algo que não fosse nosso ".
- "Desde pequeno , ouvi , em casa , que não podia andar com ninguém por interesse " .
- "Não precisa de decreto para ser sério " .

- " Se chegasse em casa com tênis novo , tinha que explicar para minha mãe de onde veio o dinheiro para comprar".
- " Sou fruteiro há 35 anos. Se coloco , por engano , uma tangerina a menos para o freguês , fico com dor na consciência " .
- " No Norte , honestidade é que nem dar a bênção ; passa de pai para filho ".

- "Ética a gente aprende desde criança: é viver sempre na linha para morrer em paz " .
- " Em churrasco de pobre , ninguém vai de jatinho. Paga ônibus com dinheiro do salário e ainda racha a carne de segunda " .
- " Sempre ensinei meus filhos a não aceitar nada de ninguém ".

O código de conduta vive na memória , nas lembranças mais simples da infância , nos ensinamentos da mãe , no exemplo do pai. Decência se aprende desde pequeno.

Por que só agora , depois do escândalo que veio à tona em razão da queda do helicóptero na Bahia , o Governador inventa um Código de Ética ? Pior é que o tal código prevê a possibilidade de servidor público receber presentes de até R$ 400 . Isso está errado. A troco de que , haveria essa benesse ? De quem partiria essa doação e qual seria a motivação para tal ? Não se pode receber nada nesse nível de relação do público com o privado. Isso fere os dispositivos legais vigentes.

Se o Governador e os secretários não podem mais receber " presentinhos " , quem vai controlar isso ? Como descobrir se eles não recebem , por via indireta , usando um parente ou um amigo como intermediário ? Pelo decreto de Cabral , quem vai fiscalizar os prováveis atos ilícitos serão as pessoas nomeadas por ele.Que isenção elas têm ?Pelo amor de Deus não nos trate como idiotas , Governador .

Não se transformam condutas humanas simplesmente por decretos inócuos assinados por quem cometeu ato grave agredindo os princípios fundamentais da ética. Que legitimidade há nesse procedimento , já que Cabral confessou o que fez ? Esses atos já têm previsão legal , razão pela qual , depois da confissão pública e da manifestação de arrependimento , só caberia a Cabral o pedido de RENÚNCIA ao cargo de Governador do Estado. Esse sim seria um procedimento exemplar.

E por onde andam os amigos de Cabral que não saem em sua defesa ? Onde estão Lula e Eduardo Paes ? Não eram amigos ? Será que estão com medo de " colar" seus nomes nesse episódio ? Ou estão como o discípulo Pedro ( mal comparando , é claro ) que negou conhecer Jesus quando esse foi preso ? Cabral ganhou esses favores sozinho ? Seus " amiguinhos " não compartilharam ?

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