domingo, 1 de julho de 2012

Passageiros apelidaram de " BRTrem " o Ligeirão Transoeste.

Perto de completar um mês de operação, o Ligeirão Transoeste ainda não foi totalmente aprovado pela população que se movimenta diariamente entre Santa Cruz e a Barra da Tijuca. Apesar da rapidez no deslocamento, os passageiros não estão satisfeitos com pontos que consideram críticos: a falta de organização durante o embarque nas estações, os intervalos irregulares nas saídas dos terminais e o desconforto pela lotação nos ônibus.

Problemas que levaram alguns usuários a apelidarem o novo transporte de "BRTrem", comparando a sigla em inglês do novo sistema (Bus Rapid Transit) com o criticado serviço oferecido aos passageiros de trem.

"Que horror!" e "cadê o conforto disso aqui?" eram frases ouvidas dentro dos ônibus, principalmente daqueles em que os passageiros enfrentaram panes que levaram à interrupção da viagem.

A chegada à estação Santa Cruz, às 6h, tem início com a disputa pelo melhor lugar. Todas as portas que dão acesso ao ônibus articulado ficam cercadas por uma multidão, que se espreme para entrar com mais rapidez no veículo. Correria, empurrões e gritos, já conhecidos por usuários do trem e do metrô, se repetem no sistema inaugurado com a proposta de ser um sistema rápido e confortável.

— Isso aqui, tudo bonitinho, não vai durar muito tempo. Daqui a pouco vão quebrar essas portas de vidro. Já vi duas pessoas caírem por causa da confusão. É muito desorganizado. Se as pessoas fossem orientadas a formar filas, não haveria tanta gente se matando para ir sentada — disse a doméstica Rosana de Souza, de 42 anos, que trabalha na Barra.

Os intervalos de saídas dos ônibus também viraram motivo de reclamações dos passageiros. Em média, é preciso esperar dez minutos para embarcar, pela manhã, em Santa Cruz — o dobro do tempo estipulado pela Secretaria municipal de Transportes nos horários de pico. Para a empregada doméstica Cintia Cristina dos Santos, o pior momento é o da entrada.

— É péssimo o embarque. Tenho medo dessa confusão toda — afirmou Cintia, que trabalha na Barra.

Na viagem até o Terminal Alvorada, na Barra, todos os assentos são ocupados — inclusive os lugares preferenciais, que não são respeitados. Na disputa por uma posição mais confortável, até as lixeiras e a carroceria dos ônibus se tornam bancos improvisados. Na sexta-feira, um agente tentava em vão organizar a entrada dos passageiros em Santa Cruz.( Extra )