segunda-feira, 23 de julho de 2012

Bate-papo sobre Educação.

No dia 21 de julho , tivemos um bate-papo sobre educação , no Bosque da Praça , com início às 9 horas. Inicialmente , cada participante registrou , na sua opinião , qual a maior barreira que se opõe à existência de uma educação universal e de qualidade. Em seguida , o professor Célio Lupparelli fez uma apresentação, iniciando com a diferenciação entre a educação assistemática e a educação sistemática.

Levantou questões como o papel da escola , da família , da igreja e da mídia no processo educacional. Destacou a questão dos desvios de recursos destinados à educação , as causas da evasão do pessoal do magistério , a questão da falta de valorização do pessoal de educação , quando comparamos com outras profissões , os baixos salários , o excesso de projetos que o nível central manda para as escolas , sem a menor condição de aplicabilidade e a desmotivação dos educadores , por conta da perda de autonomia pedagógica , principalmente na prefeitura do Rio de Janeiro que está transformando a Educação em um processo de adestramento para que os alunos se limitem a fazer provas , cujas questões lhes
são entregues previamente , para que os eles as acertem e as estatísticas da prefeitura melhorem .  É uma verdadeira FRAUDE  PEDAGÓGICA .Não há preocupação com a qualidade , mas sim , com a quantidade.

A terceirização da educação pública pela prefeitura do Rio foi condenada pelos presentes. Ficou claro que a chamada "aprovação automática " está sendo praticada pela prefeitura , mas de forma dissimulada , de modo a iludir os pais ou os responsáveis e a mídia. A perda de autonomia dos diretores de escola foi questionada. Hoje , o diretor tem que prencher inúmeros quadros estatísticos , não lhes restando tempo para desenvolver o trabalho didático-pedagógico. São meninos de recado na visão da prefeitura.

A segurança nas escolas é outra razão da evasão do magistério. Entretanto , a colocação pura e simples de policiais militares nas unidades escolares não foi aprovada.

A política de extinção do quadro de merendeiras foi outra questão levantada e reprovada pelos presentes.

Os professores reclamam uma maior participação da Família no processo ensino-aprendizagem . E , por falar em família , o ensino religioso confessional foi condenado pelos presentes , visto que fere a constituição brasileira , por não tratar com isonomia todos os credos em um estado laico como o nosso. Cabe à família esse papel . Uma revolução didático-pedagógica deve ser debatida e implementada com urgência , pois a escola não está acompanhando as necessidades impostas pela sociedade e a evasão escolar é grande.

Há necessidade de se retomar uma ampla discussão sobre o papel da escola ; sobre os métodos de avaliação e sobre projeto político-pedagógico . É fundamental que se restabeleçam o Conselho-Escola-Comunidade ( CEC ) , o Grêmio Estudantil e o Conselho de Diretores de Escola , para ampliar a discussão e a participação ativa do pessoal que forma a comunidade escolar. Deve-se reduzir a centralização das decisões e voltar a dar autonomia às CREs e às Unidades Escolares , bem como aos  profissionais de ensino , hoje , meros adestradores de alunos para realizar provas preparadas pelo Nível Central.

A alfabetização deve ser uma PRIORIDADE. O ensino fundamental é o alicerce do saber. Investir na formação de profissionais de educação , bem como no seu treinamento constante, isso acompanhado com a valorização profissional , ou seja , com remuneração compatível e justa se faz imperioso.

A professora Edjane Fontes fez uma análise histórica e administrativa da Secretaria Municipal de Educação , mostrando os diversos momentos e as principais iniciativas desde 1993 até os dias de hoje. Abordou , também , a evolução da implantação dos ciclos no município do Rio.

A professora Eliane discorreu sobre as diversas respostas de cada presente ao questionamento inicial a respeito da maior barreira que cada presente percebia para o pleno desenvolvimento de uma EDUCAÇÃO EFICIENTE E EFICAZ.