Estou decepcionado. Foi uma covardia’, afirma diretor do Iaserj sobre transferência de pacientes
Manifestantes acompanham a transferência dos pacientes. Ação foi escoltada pelo Batalhão de Choque .
O diretor do Hospital Central do Iaserj, Pedro Cirillo, chamou de “truculenta” e “constrangedora” a ação da Secretaria estadual de Saúde que, na madrugada de domingo, transferiu 43 pacientes da unidade para outros hospitais públicos. Cirillo, que está à frente do Iaserj há apenas 30 dias, enviou por escrito pedido de demissão do cargo para o secretário de Saúde, Sérgio Côrtes. O instituto está em processo de desativação.
- Estou mais do que decepcionado. Foi uma medida unilateral, arbitrária. Uma covardia. Tínhamos um acordo de que o Iaserj sairia daquele prédio em condições honrosas e para unidades melhores. E isso não aconteceu. Nem eu, nem meus funcionários tivemos qualquer participação nesse processo - afirma o médico, que já havia dirigido o Hospital Central há dez anos.
Pedro Cirillo protocolou ainda, na Secretaria estadual de Saúde, um pedido de informações sobre todos os pacientes transferidos. Segundo ele, o Iaserj não foi notificado sobre as unidades para as quais eles foram enviados. O diretor negou ainda a afirmação da secretaria de que ele sabia da antecipação das transferências para a madrugada de domingo.
- Eu recebi sim um documento. Dei um “ciente”, mas avisei que não concordava. Esse documento só falava que a transferência seria feita, não dizia quando nem em que circunstâncias - argumenta o diretor, que afirma ainda nunca ter sido a favor do fechamento do instituto.
Protestos
A transferência dos pacientes provocou o protesto de funcionários. Segundo a Secretaria estadual de Saúde, a decisão de antecipar as remoções foi tomada justamente para evitar conflitos com manifestantes. As transferências iniciaram o processo de encerramento de atividades da unidade, cujo terreno foi cedido pelo estado à União para a construção de uma nova unidade do Instituto Nacional do Câncer (Inca).