quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Mosquito da dengue já resiste a inseticida .



Uma pesquisa da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Botucatu aponta que o emprego excessivo de inseticidas, tanto o aplicado pelas prefeituras quanto os usados em casa, induz o mosquito a ter uma resistência genética maior ao veneno.

O trabalho fez o mapeamento genético de 95 mosquitos em sete cidades paulistas, com diferentes incidências de casos de dengue.
Em laboratório, também foi avaliado como o organismo das larvas do inseto respondia ao veneno.

MAPEAMENTO
A resistência dos insetos a diferentes venenos já vem sendo mapeada pelo Ministério da Saúde e por órgãos estaduais. Em São Paulo, o acompanhamento é feito pela Sucen (Superintendência de Controle de Endemias).
O estudo também toma por base a série histórica dos dados de resistência, catalogados desde 1996 em diferentes cidades pela Sucen.

A estimativa aponta, por exemplo, que, enquanto em Marília, com poucos registros de dengue, os inseticidas públicos matavam ao menos 80% dos mosquitos, em Santos a taxa de sucesso chegava à metade em alguns casos.
"É preciso periodicamente analisar a eficácia, porque a resistência é um processo. O que é bom hoje pode não ser no próximo verão", diz Maria de Lourdes Macoris, que trabalha na Sucen de Marília e é autora do estudo.

Em laboratório, foram selecionadas cerca de 150 larvas do mosquito para cada cidade estudada. Nessa fase, a da análise bioquímica, o metabolismo das larvas mais resistentes ao inseticida mostrou maior atividade das enzimas do grupo das esterases, ligadas à capacidade de neutralizar o veneno.

O estudo também analisou o material genético de 95 mosquitos, nascidos de ovos obtidos em cada um dos municípios escolhidos.

Segundo a pesquisadora, o material genético de cada grupo de mosquito variou muito, o que revelou um baixo fluxo gênico, ou seja, pouca mistura entre as diferentes populações do inseto.( Folha )

Na verdade , o que ocorre é uma SELEÇÃO  , ou seja , com o uso indiscriminado do inseticida , as variedades de mosquitos sensíveis morrem , mas as variedades que possuem geneticamente resistência ao produto , inicialmente em menor número , não morrem , reproduzem-se geometricamente e o inseticida não tem mais eficácia. Raciocínio semelhante pode ser desenvolvido na relação de certas bactérias e determinados antibióticos.

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