Às vésperas do Sisu, ex-avaliadores do Enem denunciam ineficiência da estrutura de correção e alunos protestam .
— É evidente que algo está errado. Há um consenso entre alunos e professores de que a nota de redação não corresponde à habilidade do estudante. São inúmeros os relatos de candidatos qualificados tirando notas baixíssimas e de candidatos despreparados tirando notas elevadas. A impressão que se tem é de que as redações sequer são corrigidas — reclama o estudante Victor Maia, 19 anos, que criou o site Enem Urgente (enemurgente.com) para mobilizar seus colegas.
Relatos de ex-integrantes da banca avaliadora Enem evidenciam um processo desqualificado e ineficaz para a correção das redações dos candidatos. De acordo com os professores, a seleção dos avaliadores não é criteriosa (eles são escolhidos por indicação); o treinamento da banca é insuficiente; e o sistema de pagamento dos profissionais estimula uma correção superficial e leviana.
— Em 2009, quando participei da banca, eles pagavam R$ 1 por redação. Com a dedução dos impostos, recebi R$ 0,73 por texto. Como atrair professores bem colocados no mercado com esse valor? Além disso, o pagamento por número de redações estimula a leitura rápida, descompromissada. É preciso ser muito engajado socialmente para não fazer correções superficiais — conta Rafael Pinna, professor de Redação e coordenador do Curso e Colégio _A_Z, que participou da banca por um ano.
Em 2009, Rafael, que foi indicado para a função por um conhecido, participou do treinamento realizado pelo Enem — que se resumia a apenas um encontro, em que 10 exemplos de redações eram avaliadas.
— Não há qualquer contato entre os professores para unificação das correções, que são realizadas online. Desta forma, é impossível que haja qualquer coerência entre as notas — opina.
Em dezembro, o texto de um professor do Rio Grande do Sul, que foi corretor do Enem no ano de 2008, circulou pelo Facebook denunciando condições bem semelhantes. Em seu “desabafo”, o ex-avaliador diz: "As avaliações das redações do Enem não representam um resultado verdadeiro, pois a correção é, de fato, uma loteria. Tem sorte o candidato que teve sua redação avaliada por um profissional ético e interessado". ( Extra )
Relatos de ex-integrantes da banca avaliadora Enem evidenciam um processo desqualificado e ineficaz para a correção das redações dos candidatos. De acordo com os professores, a seleção dos avaliadores não é criteriosa (eles são escolhidos por indicação); o treinamento da banca é insuficiente; e o sistema de pagamento dos profissionais estimula uma correção superficial e leviana.
— Em 2009, quando participei da banca, eles pagavam R$ 1 por redação. Com a dedução dos impostos, recebi R$ 0,73 por texto. Como atrair professores bem colocados no mercado com esse valor? Além disso, o pagamento por número de redações estimula a leitura rápida, descompromissada. É preciso ser muito engajado socialmente para não fazer correções superficiais — conta Rafael Pinna, professor de Redação e coordenador do Curso e Colégio _A_Z, que participou da banca por um ano.
Em 2009, Rafael, que foi indicado para a função por um conhecido, participou do treinamento realizado pelo Enem — que se resumia a apenas um encontro, em que 10 exemplos de redações eram avaliadas.
— Não há qualquer contato entre os professores para unificação das correções, que são realizadas online. Desta forma, é impossível que haja qualquer coerência entre as notas — opina.
Em dezembro, o texto de um professor do Rio Grande do Sul, que foi corretor do Enem no ano de 2008, circulou pelo Facebook denunciando condições bem semelhantes. Em seu “desabafo”, o ex-avaliador diz: "As avaliações das redações do Enem não representam um resultado verdadeiro, pois a correção é, de fato, uma loteria. Tem sorte o candidato que teve sua redação avaliada por um profissional ético e interessado". ( Extra )
Nenhum comentário:
Postar um comentário