quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

BRASIL NÃO PODE PERMITIR TRABALHO ESCRAVO DOS HAITIANOS .



No fim do século XIX , Brasil e Europa viviam situações opostas : o Velho Continente era assolado por uma crise econômica que produziu milhões de desempregados. Já a antiga colônia portuguesa passava pelo boom da economia cafeeira e enfrentava uma séria carência de mão de obra depois da abolição da escravidão , em 1888. Foi nesse contexto que mais de 3 milhões de europeus cruzaram o Atlântico e se estabeleceram por aqui.

Eles vieram para trabalhar em grandes propriedades de terra sob o jugo de patrões , antigos senhores de escravos. E o próprio governo brasileiro estimulou a política de imigração. Assim , vieram ,entre 1884 e 1933 , 1,4 milhão de italianos , 1,1 milhão de portugueses, 587.114  de espanhóis , 154.397 de alemães , 142.457  de japoneses e 93.823 de árabes.  As razões que levaram os diferentes grupos a emigrar estão ligadas a condições políticas , econômicas e sociais específicas de cada país.

Segundo o sociólogo argentino Abdelmalek Sayad , o fenômeno de migração de populações humanas deve ser entendido como um " processo total " e analisado tanto do ponto de vista dos fatores que levam à partida do país de origem quanto da perspectiva das estratégias adotadas pelo imigrante para se inserir na sociedade de destino .

 A imigração dos 4 mil haitianos , nas últimas semanas , para o Brasil tem como origem o terremoto que devastou o Haiti em 12 de janeiro de 2010 e que afetou a vida de 3 milhões de pessoas. Um dos principais focos de atração foi a construção de usinas do rio Madeira , em Porto Velho. Como a capital de Rondônia sofre com a falta de mão de obra especializada , abriu-se um mercado de trabalho para os haitianos. Cerca de 10 % deles ficaram por lá.

Empresários de outros estados têm buscado na comunidade haitiana mão de obra para a sua produção. Os coiotes ( traficantes de pessoas )  " vendem " o Brasil como "Eldorado " e estimulam essa migração desorganizada e de futuro preocupante. Qual a infraestrutura das cidades , dos bairros e dos locais de trabalho para essas pessoas ? Quem fiscalizará a possível ocorrência de trabalho escravo ?

ESSA É UMA QUESTÃO MUITO SÉRIA QUE DEVE SER DE ALÇADA DO GOVERNO E DAS ORGANIZAÇÕES HUMANITÁRIAS !