"Buscas foram rápidas demais para limpar o Centro do Rio", acusa advogado
"A Prefeitura será citada nas ações das vítimas por motivos diversos. A principal acusação é a questão das intervenções no Edifício Liberdade não terem sido fiscalizadas.
Não adianta a Secretaria Municipal de Urbanismo dizer que tinha obrigação de monitorar apenas mudanças feitas na parte externa, porque não haviam só obras internas. Abriram janelas irregulares e fizeram puxadinhos. E cadê a Prefeitura na história? A secretaria (de Habitação)
Para o presidente da Associação das Vítimas da Treze de Maio, o advogado Octavio Blatter, a principal irregularidade cometida pela Prefeitura do Rio diz respeito ao descarte do material retirado do local dos desabamentos. "O monitoramento dos escombros retirados dos prédios desabados deveria ter sido feito desde o início e não depois que pessoas estranhas foram flagradas revirando os entulhos.
No meio daquilo tudo há documentos importantes e a Prefeitura falhou", afirmou. A responsabilidade pelo descarte dos escombros coube à Prefeitura, enquanto o resgate e a buscas pelas vítimas ficou por conta do Corpo de Bombeiros.
"Estamos reunindo provas para a defesa dos interesses das vítimas. Vamos companhar o inquérito da polícia até o fim e, caso os laudos emitidos nesta investigação não nos satisfaçam, pediremos novas análises. A Prefeitura jamais poderia ter deixado de fiscalizar este e outros prédios. Outras tragédias podem acontecer se a Prefeitura continuar se omitindo", acusou.
Para João Tancredo houve correria por parte da Prefeitura para retirar os escombros e limpar o centro histórico após a tragédia. "Quiseram retirar os entulhos às pressas, assim os corpos seguiram erroneamente para um depósito. Não precisavam ter agido assim. Pelo menos por respeito àqueles que ainda não encontraram seus parentes", criticou o advogado. ( Fonte : JB , 31.02.2012 )