Chile: loja de rede envolvida em escândalo é incendiada em protestos
A onda de protestos no Chile, por conta de reformas na Educação, está cada vez mais violenta. Nas últimas horas, em Santiago, os manifestantes atearam fogo à loja de departamentos La Polar, envolvida em junho em um escândalo financeiro - problema que, segundo críticos, teria sido negligenciado pelo presidente do país, Sebastián Piñera. As informações são do jornal The Guardian.
Horas antes, cerca de 200 estudantes ocuparam pacificamente as instalações do canal de televisão privado. Eles queriam entrar no ar para expressar suas demandas em favor do fortalecimento da educação pública no país, disse uma jornalista da emissora, Macarena Pizarro.
Antes disso, estudantes e professores fracassaram em duas tentativas de marchar pelo centro de Santiago.
Até o final da noite, 552 haviam sido detidos e 29 policiais feridos, informaram as autoridades. "Há 552 pessoas detidas, por desordem pública, porte ilegal de armas e porte de artefatos explosivos; e 29 policiais feridoss, incluindo um em estado grave", declarou o subsecretário do Interior, Rodrigo UbillaMais.
Os protestos foram anunciados depois que o ministro da Educação, Felipe Bulnes, entregou na segunda-feira uma proposta de 21 pontos - a segunda oferecida pelo governo - aos líderes estudantis, que deveriam respondê-la até sexta-feira. "Vamos dar um sinal de que estamos mobilizados e alertas e que a discussão não acaba com a resposta dada pelo ministro", disse à imprensa na quarta-feira Camila Vallejos.
Dois fortes sindicatos universitários, o da Universidade Católica e o da Universidade de Santiago, rejeitaram a proposta governamental e por isso participaram da tentativa de manifestação no centro de Santiago. "A ideia da marcha é que não apenas estudantes possam participar e não se manifestem apenas por temas da educação, mas também pela crise no sistema completo", disse Georgio Jackson, dirigente da Universidade Católica.
Segundo os universitários, a proposta do governo responde a uma parte de suas demandas para fortalecer a educação pública no Chile, mas só acolhe parcialmente a principal exigência, que é acabar com o lucro na educação, proibido na legislação chilena, mas burlado através de brechas legais.
A crise educacional, que já dura dois meses, mantém dezenas de universidades paradas e centenas de colégios tomados. Os estudantes já protagonizaram enormes manifestações que influenciaram na queda de popularidade do presidente Sebastián Piñera, que chegou a um mínimo de 30% em julho.
Pena que , aqui no Brasil , os líderes estudantis tenham sido cooptados pelo esquema PT-Lula-PMDB e , apesar dos inúmeros escândalos divulgados e constatados , nenhum movimento em contrário se cristalize.
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