quinta-feira, 4 de agosto de 2011

CRIANÇA ESPERANÇA DA GLOBO E O DESEMPENHO ESCOLAR.

Para especialistas, cultura e esporte ao redor da escola não garantem bom ensino


‘Badalação e políticos não afetam o resultado positivamente. O que afeta é como funciona, boa direção e apoio da comunidade’, diz consultor da Cesgranrio

Para especialistas, cultura e esporte ao redor da escola não garantem bom ensino. ‘Badalação e políticos não afetam o resultado positivamente. O que afeta é como funciona, boa direção e apoio da comunidade’, diz consultor da Cesgranrio

Para dois especialistas em educação, Simon Schwatzman e Ruben Klein, o fato de um colégio ser cercado de atividades culturais não tem relação direta com o bom desempenho escolar. O Ciep Presidente João Goulart, no Morro do Cantagalo – localizado no prédio do Espaço Criança Esperança, do Affroreggae e visitado frequentemente por presidentes da República, governador e prefeito – teve o pior resultado no Ideb, na rede municipal do Rio.

“Muita badalação e políticos presentes não afetam o resultado positivamente. Político gosta é de inaugurar coisas. O que afeta (o desempenho dos alunos) é como a escola funciona, a direção e se tem o apoio da comunidade, dos pais”, disse Ruben Klein, especialista em avaliações educacionais e consultor da Fundação Cesgranrio. Ele ressalvou não conhecer a João Goulart e falou em tese sobre o tema.

“Em geral, o desempenho está associado ao nível sócio-econômico-cultural (dos pais e da comunidade). Essas desigualdades podem ser compensadas, e vemos muitos casos em que isso acontece, mas é esse o grande desafio”, disse Klein.

O sociólogo Simon Schwatzman, ex-presidente do IBGE, disse que a relação entre ambiente cultural rico e boa educação “não é automática”. “As atividades podem ser interessantes para motivar a criança, mas não se aprende a ler e escrever jogando futebol e sim na sala de aula”.“Pode acontecer de, com muitas atividades complementares, deixar-se de lado o fundamental. Usa-se a escola para coisas que não têm valor direto para a educação. O mais importante é ter bons professores e um trabalho sistemático”, opina Schwatzman.

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