Chacina de Acari: manifestação contra arquivamento do caso reúne 150 pessoas
Pelo menos 150 pessoas participaram, na manhã desta segunda-feira, de uma manifestação contra o arquivamento da investigação do caso da " Chacina de Acari ", que ontem completou 20 anos e continua sem solução. No dia 26 de Julho de 1990, onze pessoas - sendo três meninas e oito rapazes, em sua maioria, moradores da favela de Acari, ou de suas proximidades - foram levadas à força por homens que se diziam policiais, do sítio em que se encontravam em Magé, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Eles teriam invadido o local atrás de joias e dinheiro. Segundo testemunhas, os jovens foram levados para um local desconhecido e nunca mais apareceram. A manifestação, com a presença de mães, parentes e amigos das vítimas, começou em frente ao Hospital de Acari, no subúrbio do Rio, pedindo Justiça.
Em frente ao hospital, vários bonecos no chão simbolizavam as vítimas, em um ato de protesto.
- Escolhemos o Hospital de Acari porque aqui é o símbolo do descalabro da administração pública. Hoje, das 1.600 pessoas que deveriam ser atendidas, só 600 conseguiram. O caso de Acari foi há 20 anos e até hoje, nada - disse João Ricardo, presidente da Associação Moradores de Vigário Geral.
Os desaparecidos de Acari são Rosana Souza Santos, à época com 17 anos; Cristiane Souza Leite, também de 17 anos; Luiz Henrique da Silva Euzébio, 16 anos; Hudson de Oliveira Silva, 16 anos; Edson Souza Costa, 16 anos; Antônio Carlos da Silva, 17 anos; Viviane Rocha da Silva, 13 anos; Wallace Oliveira do Nascimento, 17 anos; Hédio Oliveira do Nascimento, 30 anos; Moisés Santos Cruz, 26 anos e Luiz Carlos Vasconcelos de Deus, 32 anos.
O "desaparecimento" dos onze foi noticiado em várias partes do mundo, graças à campanha incansável das mães das vítimas, as "Mães de Acari". A Anistia Internacional relatou, em 1994, que os seqüestradores haviam sido identificados pelo setor de inteligência da Polícia Militar como sendo policiais militares do 9º BPM (Rocha Miranda), e detetives do Departamento de Roubo de Carga, da 39ª DP (Pavuna). A investigação indicava que os policiais militares envolvidos vinham extorquindo algumas das vítimas antes do seqüestro. Segundo denúncias feitas na época do caso, alguns desses policiais seriam integrantes de um grupo de extermínio conhecido como Cavalos Corredores.
Pelo menos 150 pessoas participaram, na manhã desta segunda-feira, de uma manifestação contra o arquivamento da investigação do caso da " Chacina de Acari ", que ontem completou 20 anos e continua sem solução. No dia 26 de Julho de 1990, onze pessoas - sendo três meninas e oito rapazes, em sua maioria, moradores da favela de Acari, ou de suas proximidades - foram levadas à força por homens que se diziam policiais, do sítio em que se encontravam em Magé, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Eles teriam invadido o local atrás de joias e dinheiro. Segundo testemunhas, os jovens foram levados para um local desconhecido e nunca mais apareceram. A manifestação, com a presença de mães, parentes e amigos das vítimas, começou em frente ao Hospital de Acari, no subúrbio do Rio, pedindo Justiça.
Em frente ao hospital, vários bonecos no chão simbolizavam as vítimas, em um ato de protesto.
- Escolhemos o Hospital de Acari porque aqui é o símbolo do descalabro da administração pública. Hoje, das 1.600 pessoas que deveriam ser atendidas, só 600 conseguiram. O caso de Acari foi há 20 anos e até hoje, nada - disse João Ricardo, presidente da Associação Moradores de Vigário Geral.
Depois do culto ecumênico, em frente ao Hospital de Acari, os manifestantes fizeram uma caminhada pela Avenida Brasil e seguiram pela Rua Bulhões Marcial, indo até Vigário Geral, na Praça Catolé do Rocha, onde várias pessoas deram depoimentos e fizeram apresentações. Após o encerramento, por volta das 13h, os moradores assistiram a apresentações teatrais e culturais. Segundo o presidente da Associação de Moradores de Vigário Geral, a região vai comemorar cem anos no próximo dia 4 de outubro.
- O arquivamento do caso de Acari é um dos maiores absurdos. O mesmo podemos dizer da chacina de Vigário Geral, que aconteceu em 1993 - disse João Ricardo. O inquérito policial sobre o caso de Acari está aberto na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense. Segundo o Ministério Público, o caso vai ser encerrado por falta de provas e o crime prescreveu no domingo passado, sem nenhuma solução. Parentes das vítimas disseram que vão pedir apoio à Anistia Internacional, para que a investigação não seja abandonada. A Polícia Civil disse que não iria se pronunciar sobre o caso.
O "desaparecimento" dos onze foi noticiado em várias partes do mundo, graças à campanha incansável das mães das vítimas, as "Mães de Acari". A Anistia Internacional relatou, em 1994, que os seqüestradores haviam sido identificados pelo setor de inteligência da Polícia Militar como sendo policiais militares do 9º BPM (Rocha Miranda), e detetives do Departamento de Roubo de Carga, da 39ª DP (Pavuna). A investigação indicava que os policiais militares envolvidos vinham extorquindo algumas das vítimas antes do seqüestro. Segundo denúncias feitas na época do caso, alguns desses policiais seriam integrantes de um grupo de extermínio conhecido como Cavalos Corredores.
Em janeiro de 1993, Edméia da Silva Euzébio, uma das mães dos jovens sequestrados mais empenhada na luta por justiça, foi assassinada. Em agosto do mesmo ano, policiais militares que fariam parte dos Cavalos Corredores, acusados de envolvimento no desaparecimento de 1990, teriam cometido outro crime, matando 21 pessoas na favela de Vigário Geral. Um mês antes, oito jovens haviam sido assassinadas em frente à Igreja da Candelária, no Centro. Fonte: Extra
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