sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

" Radiografia " da Adoecida Saúde Pública no Rio de Janeiro.


Esse Blog recebeu esse depoimento de um cidadão que conhece a estrutura e resolvemos publicar.

O Prefeito criou duas estruturas caríssimas : o PSF ( Clínica de Saúde da Família ) e a UPA ( Unidade de Pronto Atendimento ) , ambas usando contêineres alugados. O PSF leva em consideração a atenção básica . Investiu-se aí , enquanto os postos de saúde estão sucateados.

As UPAs municipais são unidades que , assim como as estaduais , não cumprem o seu primordial preceito operacional . Elas , como estruturas intermediárias entre um posto de saúde e um hospital , deveriam proceder da seguinte maneira : 

a) os pacientes de baixa e média complexidades , uma vez estabilizados , seriam encaminhados para os postos de saúde  ( baixa complexidade ou atenção primária ) e policlínicas ( média complexidade , ou seja , com especialidades médicas a mais que os postos ) .

b) Os pacientes graves , após estabilização , deveriam ser removidos para um hospital de grande porte ( Lourenço Jorge , Souza Aguiar , Salgado Filho , Miguel Couto , Pedro II ).

Os postos de saúde ( baixa complexidade ) foram " batizados " como Centros Municipais de Saúde ( CMS ) , como se fossem policlínicas ( média complexidade ) , mas continuam no mesmo estado anterior. Não são capazes de receber pacientes para gastroentorologia , oftalmologia ( média complexidade).

Falta , portanto , articulação , pactuação dessas unidades que " batem cabeça " em prol da " nova bandeira ( ? ) " do governo municipal e estão absolutamente perdidos , salvo raras exceções por iniciativa do corpo médico , mesmo sem apoio na esfera administrativa de comando da Secretaria Municipal de Saúde.

As UPAs municipais e as Clínicas de Saúde da Família são geridas por Organizações Sociais ( OSs). Do modo como estão procedendo , desvirtualizaram a boa ideia trazida por Bresser Pereira. Assim , os equipamentos públicos foram entregues nas mãos privadas sem , ao menos , ter a preocupação de " FISCALIZAR " na contratação de Recursos Humanos e Repasses de Verbas. O próprio Tribunal de Contas do Município ( TCM ) " engatinha" nesse quesito.

A contratação de recursos humanos foi feita sem concurso público , com pessoal de " duvidosa " qualificação . As UPAs estaduais contrataram médicos pela FIOTEC ( um braço privado da FIOCRUZ ) e outros cargos , por concurso temporário ( através da CEPERJ ) e o pessoal de apoio , em sua grande maioria , pela famosa empresa Facility.

Um médido estatutário ganha menos da metade do que ganha um contratado da FIOTEC ou OS para trabalhar a mesma carga horária . O clima não pode ser saudável.

Nenhum comentário:

Postar um comentário