terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O hábito de fumar e os aneurismas cerebrais.

Dois em cada três casos de aneurisma cerebral estão ligados ao tabagismo, segundo um levantamento da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo . A análise leva em conta 250 pacientes atendidos nos últimos dois anos na capital por meio do serviço de neurocirurgia do Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo.

Do grupo analisado, 155 pacientes, 62% do total, fumavam regulamente quando apresentaram o problema, caracterizado pela dilatação anormal de uma artéria cerebral, que pode se romper, provocar hemorragia, e levar à morte.


O tabaco ataca a parede dos vasos sanguíneos do cérebro. O cigarro destrói uma proteína elástica (elastina) presente na parede das artérias, tornando-as mais frágeis.

Além de mais vulneráveis ao aneurisma, os fumantes tendem a desenvolver a forma mais agressiva da doença. Quem fuma e tem aneurisma corre um risco 10 vezes maior de que esse aneurisma sofra uma ruptura .O dado é preocupante porque tem relação com a mortalidade causada pela doença: 12% dos pacientes que têm hemorragia cerebral morrem antes de chegarem ao hospital.

Segundo a literatura médica, passados trinta dias após o rompimento do aneurisma, até 50% dos pacientes apresentarão sequelas que impedirão a volta à rotina normal - dificuldades motoras, paralisias, problemas de fala, alterações de força, além de déficit de linguagem e cognição estão entre as principais.

Os médicos caracterizam o aneurisma cerebral como “traiçoeiro” já que, na maioria dos casos, só apresenta sintomas quando a artéria acometida se rompe. A pessoa não se percebe doente, apesar de ter uma artéria doente. Quando ocorre a ruptura, há o extravasamento de sangue e o paciente tem uma dor de cabeça súbita e aguda.

Alguns especialistas consideram a mulher mais vulnerável e investigam a ligação da doença com alterações hormonais próprias do organismo feminino. Elas têm vasos sanguíneos mais delicados e sinuosos em relação aos homens.

Além do cigarro, há outros fatores de risco para a doença : hipertensão, diabete, aumento do colesterol e triglicérides, consumo de álcool, além de malformação congênita das artérias.

Atualmente, muitos aneurismas são descobertos por acaso, em check-ups ou exames pedidos por conta de outros problemas . Cerca de 5% da população tem a doença, mas a maioria não é detectada nem mesmo nos exames.

O rastreamento da doença é indicado quando há múltiplos aneurismas em um paciente, fator que indica uma tendência familiar para a doença. Nesses casos, é recomendada uma investigação nos familiares. O exame próprio para a detecção é a angiografia por tomografia ou ressonância magnética.







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