Um dos principais envolvidos no chamado 'Mensalão', o empresário Marcos Valério foi preso esta madrugada em Belo Horizonte. A prisão foi efetuada a partir de mandado expedido pela Justiça da Bahia.
Além de Marcos Valério, foram presas outras três pessoas. A prisão ocorreu no bairro Bandeirantes, na Pampulha. O empresário será levado de avião para a Bahia. O advogado dele, Marcelo Leonardo, confirmou as prisões.
Marcos Valério ficou nacionalmente conhecido em 2005 por seu envolvimento no chamado escândalo do Mensalão. Como um dos sócios-proprietários de duas agências de comunicação de Minas Gerais, a DNA e a SMP&B, passou a prestar seus serviços a campanhas eleitorais de políticos, inicialmente para os do PSDB.
Concebeu e geriu, em 1998, o esquema do valerioduto tucano que foi um suposto esquema de financiamento irregular, com recursos públicos e doações privadas ilegais, campanha da reeleição do então governador mineiro e atual senador Eduardo Azeredo (PSDB), criando um esquema que foi o precursor e, segundo as palavras do Procurador Geral da República, foi o laboratório do mensalão. Mas Valério só veio a ganhar os holofotes da cena política brasileira no início de junho de 2005, quando o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) fez suas primeiras acusações sobre o suposto esquema do "Mensalão".
Jefferson, até então aliado do governo do presidente Lula, foi apontado, em um vídeo divulgado pela revista Veja, como "avalista" de um esquema de corrupção na estatal dos Correios. Em seguida, em entrevista exclusiva ao jornal Folha de São Paulo, Jefferson contra-atacou acusando o governo e seu principal partido, o PT, de darem suporte a um esquema de corrupção generalizada que envolveria o suposto pagamento mensal de R$ 30 mil a deputados de vários partidos da base aliada do governo, em troca de apoio político.
De acordo com Jefferson, a operação do "mensalão" estaria a cargo de Marcos Valério, em estreita colaboração com Delúbio Soares, tesoureiro do PT, e sob as ordens de José Dirceu, ministro da Casa Civil e principal nome do governo Lula. Valério seria o responsável pela distribuição dos pagamentos mensais, utilizando dinheiro supostamente proveniente de empresas estatais e privadas, e que chegaria em malas a Brasília, onde seria então distribuído entre os parlamentares indicados por Delúbio.
Inicialmente, o publicitário negou as acusações, classificando-as como "infundadas, fantasiosas e aparentemente produzidas por desatino, desespero e cinismo." O empresário confirmava, no entanto, ter um relacionamento estreito com Delúbio Soares: "Nunca neguei que sou muito, mas muito amigo mesmo do Delúbio. Eu sou do interior, bicho do mato. O Delúbio é goiano, bicho do mato também."
Tal versão durou até que Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária que trabalhou com o acusado entre 2003 e 2004, disse que Valério mantinha contatos frequentes com parlamentares e membros do PT. Marcos Valério negava até então ter qualquer envolvimento financeiro com o PT.
As denúncias se ampliaram a tal ponto que provocaram a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (a "CPMI dos Correios") para investigar a corrupção nos Correios e outros órgãos estatais, e, posteriormente, a criação de outra Comissão Parlamentar (a "CPI do Mensalão e da Compra de Votos"), para apurar especificamente as denúncias do "mensalão", estendendo-se até as denúncias anteriores de compra de votos no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Paralelamente, outras investigações passaram a ser conduzidas pela Polícia Federal e pela Procuradoria Geral da União, para apurar as acusações de corrupção em estatais e as denúncias de tráfico de influência e compra de votos.
As investigações acabaram trazendo à luz que Marcos Valério realizou vultosos e sucessivos empréstimos junto a bancos privados, repassando-os ao PT e a outros partidos da base aliada, entre os anos de 2003 e 2005. Tais empréstimos tinham como garantia os contratos das empresas de publicidade de Valério junto a órgãos públicos.
Em seus depoimentos, Valério e Delúbio Soares terminaram por admitir as movimentações e empréstimos, afirmando, porém, que os repasses serviriam para "caixa 2 de campanha", o custeio não-declarado (ou "não-contabilizado", nas palavras de Delúbio) das campanhas eleitorais de 2002 e 2004, não sendo utilizados para a compra de votos de parlamentares. Além disso, ambos sustentaram que nunca houve o uso de recursos públicos, já que o dinheiro seria proveniente dos empréstimos feitos por Valério, que teriam que ser pagos em algum momento pelo PT.
Entre os que que receberam repasses das empresas de Valério, foi identificado Robert Brant, do PFL, partido de oposição ao governo. O deputado afirmou, em sua defesa, que o dinheiro teria sido repassado para sua campanha eleitoral, doado por uma empresa privada e intermediado por Valério.
Depois que seu nome saiu do anonimato para as manchetes, Marcos Valério passou a ser uma das pessoas mais conhecidas no Brasil. Em agosto, poucos meses depois de ter sido citado pela primeira vez na imprensa, e apesar de não ter sido comprovado, o "mensalão" despertava paixões e já era parte do dicionário e do folclore político brasileiros. As investigações prosseguiam no congresso e nos outros órgãos competentes, já tendo feito várias vítimas no governo e nos partidos aliados, entre eles ministros, deputados e dirigentes de partidos.
E, ironicamente, uma das principais vítimas foi o próprio Marcos Valério: o empresário terminou por perder todos os contratos publicitários que possuía com o governo.
Além de Marcos Valério, foram presas outras três pessoas. A prisão ocorreu no bairro Bandeirantes, na Pampulha. O empresário será levado de avião para a Bahia. O advogado dele, Marcelo Leonardo, confirmou as prisões.
Marcos Valério ficou nacionalmente conhecido em 2005 por seu envolvimento no chamado escândalo do Mensalão. Como um dos sócios-proprietários de duas agências de comunicação de Minas Gerais, a DNA e a SMP&B, passou a prestar seus serviços a campanhas eleitorais de políticos, inicialmente para os do PSDB.
Concebeu e geriu, em 1998, o esquema do valerioduto tucano que foi um suposto esquema de financiamento irregular, com recursos públicos e doações privadas ilegais, campanha da reeleição do então governador mineiro e atual senador Eduardo Azeredo (PSDB), criando um esquema que foi o precursor e, segundo as palavras do Procurador Geral da República, foi o laboratório do mensalão. Mas Valério só veio a ganhar os holofotes da cena política brasileira no início de junho de 2005, quando o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) fez suas primeiras acusações sobre o suposto esquema do "Mensalão".
Jefferson, até então aliado do governo do presidente Lula, foi apontado, em um vídeo divulgado pela revista Veja, como "avalista" de um esquema de corrupção na estatal dos Correios. Em seguida, em entrevista exclusiva ao jornal Folha de São Paulo, Jefferson contra-atacou acusando o governo e seu principal partido, o PT, de darem suporte a um esquema de corrupção generalizada que envolveria o suposto pagamento mensal de R$ 30 mil a deputados de vários partidos da base aliada do governo, em troca de apoio político.
De acordo com Jefferson, a operação do "mensalão" estaria a cargo de Marcos Valério, em estreita colaboração com Delúbio Soares, tesoureiro do PT, e sob as ordens de José Dirceu, ministro da Casa Civil e principal nome do governo Lula. Valério seria o responsável pela distribuição dos pagamentos mensais, utilizando dinheiro supostamente proveniente de empresas estatais e privadas, e que chegaria em malas a Brasília, onde seria então distribuído entre os parlamentares indicados por Delúbio.
Inicialmente, o publicitário negou as acusações, classificando-as como "infundadas, fantasiosas e aparentemente produzidas por desatino, desespero e cinismo." O empresário confirmava, no entanto, ter um relacionamento estreito com Delúbio Soares: "Nunca neguei que sou muito, mas muito amigo mesmo do Delúbio. Eu sou do interior, bicho do mato. O Delúbio é goiano, bicho do mato também."
Tal versão durou até que Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária que trabalhou com o acusado entre 2003 e 2004, disse que Valério mantinha contatos frequentes com parlamentares e membros do PT. Marcos Valério negava até então ter qualquer envolvimento financeiro com o PT.
As denúncias se ampliaram a tal ponto que provocaram a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (a "CPMI dos Correios") para investigar a corrupção nos Correios e outros órgãos estatais, e, posteriormente, a criação de outra Comissão Parlamentar (a "CPI do Mensalão e da Compra de Votos"), para apurar especificamente as denúncias do "mensalão", estendendo-se até as denúncias anteriores de compra de votos no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Paralelamente, outras investigações passaram a ser conduzidas pela Polícia Federal e pela Procuradoria Geral da União, para apurar as acusações de corrupção em estatais e as denúncias de tráfico de influência e compra de votos.
As investigações acabaram trazendo à luz que Marcos Valério realizou vultosos e sucessivos empréstimos junto a bancos privados, repassando-os ao PT e a outros partidos da base aliada, entre os anos de 2003 e 2005. Tais empréstimos tinham como garantia os contratos das empresas de publicidade de Valério junto a órgãos públicos.
Em seus depoimentos, Valério e Delúbio Soares terminaram por admitir as movimentações e empréstimos, afirmando, porém, que os repasses serviriam para "caixa 2 de campanha", o custeio não-declarado (ou "não-contabilizado", nas palavras de Delúbio) das campanhas eleitorais de 2002 e 2004, não sendo utilizados para a compra de votos de parlamentares. Além disso, ambos sustentaram que nunca houve o uso de recursos públicos, já que o dinheiro seria proveniente dos empréstimos feitos por Valério, que teriam que ser pagos em algum momento pelo PT.
Entre os que que receberam repasses das empresas de Valério, foi identificado Robert Brant, do PFL, partido de oposição ao governo. O deputado afirmou, em sua defesa, que o dinheiro teria sido repassado para sua campanha eleitoral, doado por uma empresa privada e intermediado por Valério.
Depois que seu nome saiu do anonimato para as manchetes, Marcos Valério passou a ser uma das pessoas mais conhecidas no Brasil. Em agosto, poucos meses depois de ter sido citado pela primeira vez na imprensa, e apesar de não ter sido comprovado, o "mensalão" despertava paixões e já era parte do dicionário e do folclore político brasileiros. As investigações prosseguiam no congresso e nos outros órgãos competentes, já tendo feito várias vítimas no governo e nos partidos aliados, entre eles ministros, deputados e dirigentes de partidos.
E, ironicamente, uma das principais vítimas foi o próprio Marcos Valério: o empresário terminou por perder todos os contratos publicitários que possuía com o governo.
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