quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Chuvas expõem incompetência e má gestão no Rio de Janeiro.

Durante todo o período sem chuvas, a verdade ficou camuflada. Bastou, entretanto, uma chuva de média intensidade ( e previsível), para que o caos se instalasse, denunciando toda a fragilidade administrativa dos governantes do Rio, no que concerne às medidas preventivas que deveriam ter sido adotadas, a fim de reduzir o sofrimento da população.

Com meia hora de precipitação pluvial, as águas se acumularam pelas vias públicas que se transformaram em córregos e verdadeiros rios, arrastando lixo, impedindo o trânsito de pessoas e de veículos, paralisando o transporte por linha férrea e tudo mais.

Nesse instante, verificamos que os bueiros e as galerias não tiveram manutenção e que a sua desobstrução para o fluxo de águas pluviais não ocorre há muito tempo; que o desassoreamento de rios não foi feito e, dessa forma, não há como escoar toda a massa de água que caiu, porque as vias para tal estão sem o devido cuidado por quem de direito.

A par disso, a energia elétrica entrou em colapso; elevadores pararam; os trens da Supervia paralisaram suas atividades e, como a chuva caiu no final da tarde ( como de hábito em nossa cidade), coincidiu com o grande fluxo de pessoas que se movimentavam do trabalho ( centro da cidade) para os diversos bairros.

Com os trens e metrô parados, ruas alagadas e ônibus sem condição de circular, o tempo de retorno a casa aumentou e o stress tomou conta de todos os usuários. Atingiu, também, é claro, quem estava em seu carro. Toda a cidade entrou em colapso.

O que aconteceu no dia 26/02/2013, não é mais do que uma repetição do filme que já vimos. E, certamente, ainda veremos por algum tempo. Mas sabe a razão pela qual isso acontece? Limpar galerias pluviais, cuidar dos cursos dos rios e prevenir o abastecimento de energia não dão votos.

O que dá voto, e também muito dinheiro para os " parceiros", são as megaobras. Enquanto a população pena com o trânsito louco, muitas vezes provocado pelos desvios e interdições de ruas e avenidas para construções, sempre ouvindo o falso discurso de que haverá um benefício futuro que é inatingível, os megamepresários da construção civil engordam suas contas bancárias, bem como alguns políticos parceiros dos mesmos.

Além das inúmeras escavações e obras pela cidade, há as intervenções constantes de concessionárias como Light, Cedae e empresas de telefonia que abrem buracos, mas não os fecham ou os fecham pela metade. Conclusão; parece que ninguém governa. E se governa, o faz muito mal.

Hoje, assistimos outro caos na área em que vai ser demolida a Perimetral. Até os repórteres da emissora de TV que apoia esse governo declararam que foi insuportável a deslocamento de veículos no local. E, pelas previsões mais otimistas, isso vai durar até o início de 2016.

Serão mais três anos de pessoas infartando, algumas sendo demitidas por chegar ao trabalho com atraso, outras ficando diabéticas pelo aumento do stress e aquelas que retornarão ao seio familiar sem o humor para conversar com seus parentes, tantas as dificuldades que enfrenatrão no trânsito, enquanto quem inventou essa loucura estará em gabiente com ar condicionado e se deslocando pela cidade de helicóptero ou com auxílio de batedores.

No dia em que as tais obras forem inauguradas, já estarão obsoletas pela própria política governamental de aumentar o número de carros com redução de IPI e crédito facilitado , além de priorizar erradamente o transporte por meio de ônibus, quando deveria priorizar METRÔ e TRENS. Mas, como eles enfrentariam o poder dos empresários de ônibus que bancaram suas campanhas e, provavelmente, arcam com mensalinhos?

Com as chuvas, surgem as coleções de águas paradas, criadouros de mosquitos. A dengue está aí. No ano passado (ano eleitoral ), vimos muita propaganda para prevenir a dengue; mas só propaganda. Como quem tinha que se reeleger já obteve o êxito desejado, nesse ano nada vemos de concreto sobre esse tema.

Vamos acompanhar os acontecimentos e avaliar passo a passo.