terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Acordo entre bandidos e governantes?...

'Se continuar dessa forma, a bomba vai explodir', diz líder de facção em SC


Cópias de um CD com voz de um homem que denuncia violência contra presos dos presídios de São Pedro de Alcântara, de Criciúma e de Itajaí, em Santa Catarina, foram entregues em uma delegacia e na Prefeitura de Florianópolis. O material já está com a Polícia Civil e seu conteúdo foi interpretado como um recado às autoridades de segurança do Estado que deixaram de cumprir um suposto acordo, feito em novembro do ano passado entre o poder público e os presidiários. Na ocasião, foi registrada a primeira onda de atentados em Santa Catarina. O acordo seria para que o governo coibisse os excessos no campo disciplinar nos presídios.
Em um trecho das mensagens, divulgadas com exclusividade pelo Jornal Notícias do Dia, um suposto detento e possível chefe do Primeiro Grupo da Capital (PGC), facção criminosa por trás dos atentados no Estado, o interlocutor destaca: "Se continuar dessa forma, a bomba vai explodir. Se não for atendido nossos direitos (sic) aqui na penitenciária, a bomba vai explodir".
"Os presídios de Canhanduba, em Itajaí, e Penitenciária Sul, de Criciúma, estão passando pelas mesmas situações desumanas para reabilitar um preso". "Nós já tentou (sic) dialogar. Já tento (sic) chegar numa conversa várias vezes, mas da forma pacífica e legal nós nunca tivemos melhoria alguma. Nunca tivemos melhorias. Nenhum resultado positivo. Só mais umas pancadas e humilhações".

A gravação, conforme informações preliminares, teria sido feita por um preso de São Pedro de Alcântara, município da Grande Florianópolis com pouco mais de 5 mil habitantes. Questionado sobre o suposto acordo, o diretor do Departamento Prisional (Deap), Leandro Lima, negou a existência de qualquer tipo de negociação. O descumprimento do acordo estaria por trás da nova onda de violência e atentados registrados nos últimos cinco dias em todas as regiões de Santa Catarina. Já são 56 ocorrências em 18 municípios, com uma morte e 24 suspeitos presos desde o dia 31 de janeiro.