quinta-feira, 17 de maio de 2012

Transoeste apresenta erros no projeto.


A retirada de retornos para veículos de acesso a bairros como Guaratiba e a sinalização precária nas obras do corredor expresso de ônibus Transoeste (Barra-Santa Cruz) na Avenida das Américas têm gerado transtornos à população e acidentes de trânsito na Zona Oeste.

Há uma semana, o professor Thiago Gomes Quaresma, 25 anos, capotou com o Gol preto após ser atingido à noite por caminhão que trafegava na contramão. Thiago vinha do Recreio e o caminhoneiro, vindo de Pedra de Guaratiba, fazia a bandalha para acessar Campo Grande e evitar o retorno a 9 km de distância.

“O caminhão estava sem farol e a rua não tinha sinalização. A obra não tem placas de aviso. Sobrevivi, mas poderia ter acontecido o pior”, lembra Thiago, que sofreu escoriações no braço. O outro motorista fugiu sem prestar socorro.

A construção da Transoeste fechou retornos de acesso a Pedra de Guaratiba, Cinco Marias e Capoeira Grande. O movimento no comércio despencou e a população passou a fazer longas caminhadas para chegar aos pontos de ônibus, que foram reduzidos. Sem faixa de pedestre e com calçadas inacabadas, pedestres se arriscam no asfalto.

A falta de retornos para Pedra de Guaratiba, que obriga motoristas a percorrer 14 km para acessar o bairro, fez o movimento do salão de Sueli de Paiva, 47, cair à metade: “Os clientes não vêm mais. A maioria era de Barra de Guaratiba, Recreio e Ilha de Guaratiba. Chegar aqui é um transtorno”.

Os preços de imóveis no bairro também caíram. O corretor José Joaquim Serra contabiliza prejuízo de 80%: “Com as obras, Pedra de Guaratiba está isolada. As pessoas de fora não vêm mais. O acesso é horrível”.

O Centro de Estudos Pesquisas e Ações de Guaratiba (Cepag) organizou movimento com moradores para reivindicar a volta dos retornos. “É um descaso com a população da região e fomos discriminados”, queixa-se Alexandre Pantaleão, diretor do Cepag.

Com a retirada dos pontos de ônibus da Av. das Américas, a aposentada Madalena Menezes dos Santos, 67, que embarcava em frente à entrada de Capoeira Grande, anda 1,2 km todo dia até o Trevo do Magarça para pegar coletivo e ir à fisioterapia, em Campo Grande: “É um sacrifício para pessoa de idade como eu”.

57.000 é o número estimado de moradores dos bairros Pedra de Guaratiba, Cinco Marias e Capoeira Grande, cujos acessos pela Avenida das Américas perderam o retorno . E 14 Km é a distância que motoristas precisam percorrer para acessar o bairro Pedra de Guaratiba. Prefeito admitiu erro e prometeu reconstrução de retornos. Ainda não há orçamento nem data para obra

Além disso , é de 56 Km a extensão que terá o corredor Transoeste quando estiver totalmente construído, ligando o Jardim Oceânico aos bairros de Campo Grande e Santa Cruz. Os ônibus articulados terão 18,3m. E 220.000 é a quantidade estimada de pessoas que utilizarão o transporte por dia. A passagem custará R$ 2,75 com bilhete único, que dará direito a três embarques no sistema