Médicos de hospitais federais do Rio fizeram nesta terça-feira uma manifestação em frente ao Theatro Municipal, na Cinelândia (centro do Rio). Eles protestam contra congelamento salarial devido a mecanismos criados pela Medida Provisória 568, editada no início deste mês, que ajusta o salário dos servidores ativos e inativos, além de pensionistas.
Cerca de 500 profissionais participaram do ato, conforme estimativa da assessoria de imprensa do Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro). Antes, o grupo se reuniu em frente ao Palácio Gustavo Capanema, também no centro, onde funciona a representação do Ministério da Educação.
A caminhada dos médicos até a Cinelândia foi acompanhada por policiais militares e agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego. O trânsito ficou lento na região, mas não houve interrupção do fluxo viário.
A Medida Provisória 568 institui partir do dia 1º de julho diversas mudanças na remuneração dos médicos, entre elas a criação da Vantagem Pessoal Nominal Identificada (VPNI), item apontado pelos servidores como o mais prejudicial à classe.
A VPNI é uma compensação salarial que reúne benefícios como insalubridade, periculosidade, gratificações, entre outros, antes vinculados ao salário dos médicos federais.
De acordo com a presidente do Cremerj, Márcia Rosa, com essa desvinculação dos benefícios, a cada percentual de reajuste salarial será descontado o mesmo índice na VPNI, causando em longo prazo uma equiparação entre os salários.
A presidente explicou que esse mecanismo vai causar o congelamento do salário da categoria. "Eles conseguiram um subterfúgio para reduzir o salário nominalmente. Eles vão congelando progressivamente, então, quando congela, acaba reduzindo o salário ao longo do tempo", destacou.
Na quinta-feira da próxima semana (31) os servidores voltam a se reunir em assembleia para definir as próximas ações, na tentativa de modificar o texto da medida provisória.