quarta-feira, 27 de março de 2013

Virou moda: mais um educador agredido em escola municipal na Cidade do Rio de Janeiro.


As agressões de estudantes que atingem educadores e ‘machucam’ a sociedade não são um fato limitado aos muros da Escola Municipal João Kopke, na Piedade. Oito dias antes do ataque de fúria que vitimou a diretora Leila Soares, de 43 anos, um agente educador da Escola Municipal Gonzaga da Gama Filho, em Benfica, também na Zona Norte, já havia sido vítima da ira de um aluno. Jefferson Costa da Silva, de 25, levou vários socos ao tentar impedir a entrada de um estudante de 17 anos no colégio. O acusado estava suspenso por depredação. Com medo, o inspetor pediu transferência.

Na manhã do dia 13, Jefferson controlava a entrada e saída de estudantes daquela unidade de ensino, que residem, em sua maioria, nos morros da Mangueira e do Tuiuti, quando o jovem, punido anteriormente pela diretoria por depredar a unidade, forçou a entrada pelo portão.

Diante da proibição, o adolescente então empurrou a vítima e começou a socar o rosto e a cabeça dela. O caso foi registrado na 17ª DP (São Cristóvão) como lesão corporal.

“Na hora, ele caiu no chão e ficou em estado de choque. As agressões ficaram nítidas no rosto, pois um olho ficou roxo. Só restava ao Jefferson pedir para sair, pois tem medo que aconteça algo”, contou um funcionário da escola, que não quis se identificar.

Logo após o ato, professores suspenderam as aulas e redigiram um documento de repúdio, que foi entregue à Coordenadoria Regional de Educação (CRE). Os educadores também conversaram com os pais de alunos.

No dia seguinte à agressão, a vítima pediu para deixar a escola, onde trabalhava há mais de um ano. A transferência do aluno, que seria morador da Mangueira, também foi encaminhada pela diretoria logo após o fato. Nos próximos dias, o menor deve ser ouvido na delegacia, e um auto de infração deve ser encaminhado à Vara da Infância e Juventude.

Fuzis em página na internet

O medo e a preocupação de Jefferson Costa, vítima em Benfica, se justificam. Numa rede social na internet, o agressor postou fotos com fuzis enfileirados e cordões de ouro. A imagem foi divulgada pela polícia há anos após apreensão de celulares de bandidos do Alemão.