terça-feira, 5 de março de 2013

Morre o presidente venezuelano Hugo Chávez.


Venezuela - O presidente venezuelano Hugo Chávez faleceu, no fim da tarde desta terça-feira, aos 58 anos, em Caracas, capital da Venezuela, informou o vice-presidente do país, Nicolás Maduro. O líder lutava contra um câncer desde junho de 2011 e, depos de passar por um tratamento em Cuba, retornou ao país, em fevereiro deste ano.

                     Presidente venezuelano, Hugo Chávez, morre aos 58 anos em Caracas, capital do país

Hugo Rafael Chávez Frias nasceu no dia 28 de julho de 1954 e foi criado por sua avó paterna. O líder venezuelano estudou na cidade de Barinas. Ao completar 17 anos, Chávez ingressou na Academia Militar da Venezuela e se graduou em ciências e artes militares em 1975. Ele permaneceu na carreira militar e se tornou tenente-coronel.

Chávez se casou duas vezes: a primeira com Nancy Colmenares, com que teve três filhos e a segunda com a jornalista Marisabel Rodríguez, com quem teve uma filha e de quem se separou em 2003. O líder ainda manteve um romance durante cerca de 10 anos com a historiadora Herma Marksman enquanto era casado com a sua primeira esposa.

No dia 4 de fevereiro de 1992, Chávez fracassou em um golpe de Estado contra o presidente Carlos Andrés Pérez e foi preso, passando dois anos na cadeia. Com o afastamento de Pérez, foi libertado pelo presidente Rafael Caldera. Após a tentativa de golpe fracassada, Chávez trocou a vida militar pela política. Foi eleito presidente em 1998, com 56% dos votos.

Ao começar a governar, em fevereiro de 1999, dissolveu o Congresso e convocou uma Assembléia Nacional Constituinte. A nova Constituição ampliou os poderes do Executivo, eliminou o Senado, alterou o nome do país para República Bolivariana da Venezuela, permitiu maior intervenção do estado na economia e reconheceu comunidades indígenas.

Chávez foi reeleito em 2000 com 55% dos votos, tomando posse em 22 de agosto. Amparado pela Ley Habilitante, ele promulgou 49 decretos em um ano, sem necessitar de aprovação da Assembleia Nacional. Empresários, Igreja e redes de televisão privadas reagiram as novas leis, acusavando o presidente de querer tornar o país comunista. O líder continuou suas mudanças substituindo em 2002 os gestores da companhia estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA) por pessoas da sua confiança, medida que gerou profundas críticas. Até antigos companheiros do Exército se desagradaram com algumas modificações.

Ainda em 2002, Chávez enfrentou manifestações e greves, o que resultou em 15 mortos e mais de 100 feridos. O general Lucas Rincón, chefe das Forças Armadas, anunciou que o presidente se demitiu e Pedro Carmona, presidente da Fedecámaras, assumiu o mandato.

O exército leal à Chávez organizou um contragolpe e tomou o Palácio de Miraflores e Diosdado Cabello, vice-presidente de Chávez, assumiu a liderança do país temporariamente. Logo em seguida, o líder foi libertado da prisão na ilha de La Orchila e regressou a Caracas para retomar o poder.

Um referendo pedido pela Coordinadora Democrática (uma coligação contra o governo chavista) revelou em 15 de agosto de 2004 que 58,25% dos votos queriam sua permanência na presidência. Em 2005 a oposição boicotou as eleições parlamentares indignados com as autoridades eleitorais, acusando-as de serem parciais à Chávez. Seguidores do governo ocuparam todas as vagas.

Em 2006 Chávez conquistou mais um mandato contra Manuel Rosales, líder da oposição.

Em 2011, foi diagnosticado um câncer na região abdominal de Chávez. No mês de junho daquele ano, o tumor foi retirado, numa cirurgia que aconteceu em Cuba. Depois foram quatro intervenções cirúrgicas na continuidade do tratamento. Tais complicações colocaram em dúvida sua capacidade de continuar o mandato.

No começo de dezembro de 2012, o líder de 58 anos, anunciou a volta da doença.