Agressão ocorreu dentro de escola pública na Zona Norte. Vítima está em choque e com hematomas no rosto. O caso foi parar na polícia.
A diretora da Escola Municipal João Kopke, em Piedade, Leila Soares, foi espancada por um aluno de 15 anos após adverti-lo no correrdor da unidade. O episódio ocorreu na última sexta-feira, por volta das 10h30. A vítima foi empurrada contra a parede, imobilizada pelo estudante e levou vários socos no rosto. Ela está com hematomas na gengiva e com a audição prejudicada. O caso foi registrado na 24ª DP (Piedade) e o estudante foi expulso da escola.
“A gente encheu meio balde de papel com sangue que saía do nariz dela. Para o garoto, foi como se nada tivesse acontecido. Depois que agrediu, ele foi para o pátio e ficou rindo”, contou uma professora.
A confusão começou quando Leila foi até um dos pavilhões verificar se havia um casal de namorados se beijando. Ao chegar lá, ela se deparou com o estudante de 15 anos brincando de luta com um colega. A diretora mandou que eles parassem. No entanto, quando estava indo embora, acabou empurrada pelo adolescente, que continuava trocando golpes.
A diretora, então, os repreendeu. O jovem não gostou e a empurrou, só que, desta vez, de propósito. Leila avisou que iria ligar para a casa dos pais dele e chamar a ronda escolar. O aluno a seguiu até a secretaria e a empurrou de novo, sendo segurado por um professor. Solto, ele foi atrás da diretora na sala dela, onde Leila iria fazer as ligações, e a segurou, dando vários socos.
A secretária municipal de Educação, Claudia Costin, classificou o episódio na João Kopke como “muito triste e inaceitável”. Segundo ela, a orientação foi para fazer um boletim de ocorrência. Além disso, foi instaurado um procedimento administrativo para apurar o que aconteceu.
O jovem, que estuda num projeto para alunos com defasagem idade-série, foi expulso da escola, mas não pode ser excluído da rede de ensino: irá para outra unidade. Na delegacia, ele teria dito que foi empurrado.
Leila Soares está em choque. Aos amigos, ela escreveu uma carta-desabafo. Leia abaixo alguns trechos.
"Quantas vezes nos indignamos quando sabemos de casos de agressões a colegas, profissionais como nós. Mas não nos indignamos o suficiente por acharmos que ainda está muito distante...
De repente, chega a nós.
O corpo dói. Mas a dor vai passando com gelo, analgésico, remédios...
O coração, este fica tão apertado que parece que sobra espaço em torno dele de tão pequeno. Este espaço é preenchido com dor. Que não tem remédio.
A alma fica endurecida. Parece que sai do nosso corpo...
A pele dói. O sangue circula doendo. Os membros movem-se doendo.
Perdemos o chão. Não temos onde nos agarrar.
Só o carinho dos amigos (conhecidos ou não) é que nos conforta.
Sofremos nós, nossos parentes, nossos amigos, nossos companheiros.
Sofre uma sociedade inteira que vive temerosa porque não temos quem nos proteja.
O agressor sai de cabeça erguida, olhando para trás e rindo.
Não só do agredido, mas de cada um de nós.
Ri daquele que foi empurrado, xingado, ameaçado, chutado, socado.
Ri daquele que o tirou e tentou mostrá-lo o erro.
Ri do erro...
Ri de quem não deveria mais permitir o erro.
Ri da sociedade que fica refém enquanto ele continuará empurrando, xingando, ameaçando, chutando, socando...
Ri do sangue que escorreu, do rosto que machucou, da alma que feriu.
Apenas sai, impune, e olha para trás, e ri.
Para mais adiante deixar refém mais muitos.
Quem somos nós, Educadores?
Pois eu sei quem somos nós:
Somos aqueles de quem ri o que sai impune, olhando para trás e rindo.
Será que serei só mais uma?
Ou a última?"
A diretora da Escola Municipal João Kopke, em Piedade, Leila Soares, foi espancada por um aluno de 15 anos após adverti-lo no correrdor da unidade. O episódio ocorreu na última sexta-feira, por volta das 10h30. A vítima foi empurrada contra a parede, imobilizada pelo estudante e levou vários socos no rosto. Ela está com hematomas na gengiva e com a audição prejudicada. O caso foi registrado na 24ª DP (Piedade) e o estudante foi expulso da escola.
“A gente encheu meio balde de papel com sangue que saía do nariz dela. Para o garoto, foi como se nada tivesse acontecido. Depois que agrediu, ele foi para o pátio e ficou rindo”, contou uma professora.
A confusão começou quando Leila foi até um dos pavilhões verificar se havia um casal de namorados se beijando. Ao chegar lá, ela se deparou com o estudante de 15 anos brincando de luta com um colega. A diretora mandou que eles parassem. No entanto, quando estava indo embora, acabou empurrada pelo adolescente, que continuava trocando golpes.
A diretora, então, os repreendeu. O jovem não gostou e a empurrou, só que, desta vez, de propósito. Leila avisou que iria ligar para a casa dos pais dele e chamar a ronda escolar. O aluno a seguiu até a secretaria e a empurrou de novo, sendo segurado por um professor. Solto, ele foi atrás da diretora na sala dela, onde Leila iria fazer as ligações, e a segurou, dando vários socos.
A secretária municipal de Educação, Claudia Costin, classificou o episódio na João Kopke como “muito triste e inaceitável”. Segundo ela, a orientação foi para fazer um boletim de ocorrência. Além disso, foi instaurado um procedimento administrativo para apurar o que aconteceu.
O jovem, que estuda num projeto para alunos com defasagem idade-série, foi expulso da escola, mas não pode ser excluído da rede de ensino: irá para outra unidade. Na delegacia, ele teria dito que foi empurrado.
Leila Soares está em choque. Aos amigos, ela escreveu uma carta-desabafo. Leia abaixo alguns trechos.
"Quantas vezes nos indignamos quando sabemos de casos de agressões a colegas, profissionais como nós. Mas não nos indignamos o suficiente por acharmos que ainda está muito distante...
De repente, chega a nós.
O corpo dói. Mas a dor vai passando com gelo, analgésico, remédios...
O coração, este fica tão apertado que parece que sobra espaço em torno dele de tão pequeno. Este espaço é preenchido com dor. Que não tem remédio.
A alma fica endurecida. Parece que sai do nosso corpo...
A pele dói. O sangue circula doendo. Os membros movem-se doendo.
Perdemos o chão. Não temos onde nos agarrar.
Só o carinho dos amigos (conhecidos ou não) é que nos conforta.
Sofremos nós, nossos parentes, nossos amigos, nossos companheiros.
Sofre uma sociedade inteira que vive temerosa porque não temos quem nos proteja.
O agressor sai de cabeça erguida, olhando para trás e rindo.
Não só do agredido, mas de cada um de nós.
Ri daquele que foi empurrado, xingado, ameaçado, chutado, socado.
Ri daquele que o tirou e tentou mostrá-lo o erro.
Ri do erro...
Ri de quem não deveria mais permitir o erro.
Ri da sociedade que fica refém enquanto ele continuará empurrando, xingando, ameaçando, chutando, socando...
Ri do sangue que escorreu, do rosto que machucou, da alma que feriu.
Apenas sai, impune, e olha para trás, e ri.
Para mais adiante deixar refém mais muitos.
Quem somos nós, Educadores?
Pois eu sei quem somos nós:
Somos aqueles de quem ri o que sai impune, olhando para trás e rindo.
Será que serei só mais uma?
Ou a última?"