Destino de lazer de pelo menos 30 mil cariocas em fins de semana de Sol, em média, segundo o site da Prefeitura do Rio, o Piscinão de Ramos, lago artificial de água salgada no tradicional bairro da Zona Norte, sofre com a falta de assistência da administração municipal.
A população, que busca o parque para entreter-se, refrescar-se e praticar atividades esportivas, encontra no local, além de muito lixo e sujeira, quadras, grades e banheiros mal conservados. A areia que cerca o espelho d’água, conforme mostram as imagens registradas pela equipe do Jornal do Brasil na sexta-feira, véspera do sábado de Carnaval
, pouco lembra a de uma praia, tamanha a quantidade de detritos.
No entorno das quadras e equipamentos esportivos, a água empoçada é fonte de preocupação para os moradores do entorno, já assustados com os muitos casos de dengue registrados no Rio.
“Não adianta a gente reclamar, telefonar. É sempre a mesma coisa. O Piscinão atrai milhares de pessoas, que parecem não ter o mesmo valor do público da orla da Zona Sul. Aqui é tudo largado, os banheiros sem manutenção, o mato é alto. Sem falar nessa poça gigante aí”, lamentou. “Quem vem aqui já brinca que é a ‘Piscininha de Ramos”.
A banhista Mariana Alves da Silva, 33 anos, frequenta o Piscinão desde sua inauguração, em 2001. Ela afirma ser ‘impossível’ utilizar os banheiros do local, mesmo em dias de baixo movimento:
“As pias são quebradas, e nunca tem água. O cheiro é insuportável, lembra o esgoto. Isso, com certeza, não é um lugar com a cara no Carnaval do Rio. Não lembra em nada”.
Procurada para justificar a situação do Piscinão de Ramos, a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Smel), que administra a área por meio da Organização Social Movimento Cultural Social, não soube fazê-lo.
Por meio de nota, a Smel afirmou, na sexta-feira, que ‘a reforma do campo já foi concluída, porém já estão sendo executadas as obras das quadras e do campo de futebol de areia. Os banheiros também serão reformados e toda área do parque será cercada para melhor conservação dos equipamentos’. Por ano, o local recebe da Smel investimentos de R$ 75 mil, e conta com mais de 40 funcionários.
A Comlurb, responsável por manter limpa a área do Piscinão de Ramos, também não deu explicação alguma para a sujeira encontrada no local. ''As fotos foram tiradas antes do início dos nossos serviços'', informou através de nota, que contraria o que afirmam moradores e frequentadores. De acordo com o comunicado enviado ao JB, 16 garis trabalham ali diariamente, e são responsáveis, em média, por recolher 2 toneladas de lixo por dia.