Escola municipal do Rio implanta rodízio de turmas para tentar driblar falta de professores
Gabriel de Brito Lima tem 4 anos e, apesar da pouca idade, é esperto e já sabe escrever o nome e algumas palavras. Mas dificilmente vai conseguir compreender por que tem aulas dia sim, dia não, na Escola Municipal Lopes Trovão, no Itanhangá.
Também não tem idade para alcançar a angústia dos pais — ele, subchefe de cozinha, ela, doméstica — que, avisados antes do carnaval sobre o rodízio, começaram a sofrer tentando descobrir onde deixariam o filho quando ele não estivesse na escola.
Em comunicado aos pais, na tarde de ontem, a diretora da escola (que não quis se identificar, mas aparece no site da Secretaria de Educação como sendo Maria Angélica Martins) avisou que o rodízio iria ocorrer até que um novo professor fosse contratado, e que a instituição informaria aos pais os dias que seus filhos deveriam ir às aulas.
— Se eu não coloco ele na escola, o Conselho Tutelar vem em cima de mim. Se coloco, ele não tem aula — preocupa-se o pai do menino, Joelcio de Brito.
Por compromissos profissionais, os pais de Gabriel não têm como deixar o menino em casa sozinho. Preferiram arriscar e levá-lo até à Lopes Trovão, ontem. Com a presença da equipe do EXTRA, a criança conseguiu entrar, apesar do aviso que sua turma não teria aula.