quinta-feira, 12 de abril de 2012

E-mails entre médicos colocaram a política de saúde no Rio completamente nua .

'O médico tem que escolher quem vai morrer', diz presidente da Cremerj.

Márcia Rosa de Araújo, presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro, fala da denúncia do Jornal da Dez sobre erros médicos e critérios para a internação de pacientes nos hospitais.

Uma denúncia feita no Jornal das Dez mostrou os bastidores do trabalho dos médicos de uma das maiores emergências do Rio de Janeiro. Em uma troca de e-mails, os profissionais do Hospital Municipal Souza Aguiar contam detalhes sobre erros médicos e sobre critérios para a internação de pacientes.
 
A denúncia começou a partir do caso de um fotógrafo húngaro que morreu depois de esperar por mais de um mês por uma cirurgia. “O médico, no seu dia a dia, escolhe quem vai morrer e quem vai viver. É um drama que ele vive”, diz a presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), Márcia Rosa de Araújo.
 
Segundo Márcia, o Rio de Janeiro não tem vagas suficientes para internar doentes crônicos. “E se você tem 20 leitos e 25 pacientes graves? Os CTIs são para salvar quem tem possibilidade de vida”, diz. A presidente do Cremerj também critica a falta de fiscalização e afirma que não existe controle sobre as ambulâncias. “Tem paciente vindo direto de UPA, sem ficar em hospital de emergência do estado. E pacientes de outros municípios. As redes municipais, estaduais e federais não estão coligadas”, comenta.

" Se tiver uma criança traumatizada e um paciente de 95 anos com câncer , o médico tem que escolher , porque não há leitos nem estrutura nos hospitais ", disse.

E acrescentou : " Não há entrosamento entre as UPAs , as Clínicas da Família e os Hospitais , como as redes municipal , estadual e federal não se entendem . A Secretaria Municipal de Saúde não liga para os hospitais. Fizeram um concurso , há pouco , para pagar R$ 1500,00 aos médicos. Os que se aposentam ganham R$ 2500,00 . Na verdade , eles querem privatizar a saúde  com essas empresas de condutas já conhecidas pelos escândalos".

Mas a propaganda na TV mostra uma ficção na saúde pública , pois aquela não é a realidade da grande maioria das unidades de saúde no Rio de Janeiro..