quarta-feira, 18 de abril de 2012

Bilhete Único carioca : outra propaganda da TV que não é igual à realidade para a população.



Para recarregar o RioCard opção é fila ou taxa ilegal .Lojas e bancas que oferecem o serviço cobram até R$ 1 para depositar crédito em cartões como o Bilhete Único. Pontos conveniados exigem até o dobro do valor de carga mínima

Quem busca o Bilhete Único Carioca ou Intermunicipal como alternativa para economizar passagem muitas vezes é obrigado a pagar pelo serviço de recarga. O Repórter X flagrou lojas e bancas de jornal cadastradas para oferecer o serviço cobrando ilegalmente taxas de até R$ 1. Alguns locais exigem até R$ 20 de carga mínima em vez de R$ 10. Para quem não quer ser enganado, restam as longas filas das lojas RioCard.

Passageiros reclamam da falta de informação no site oficial. De onze pontos de recarga percorridos pela equipe do jornal no Centro do Rio — todos informados pelo site do Bilhete Único — apenas seis estavam corretos. Os outros não existiam ou já não ofereciam mais o serviço. De seis que ofereciam a recarga, três cobravam entre R$ 0,50 e R$ 1 pelo depósito de créditos, que deveria ser gratuito.

Cartaz em lanchonete na esquina das avenidas Passos com Marechal Floriano avisa sobre taxa
Em uma lanchonete, na esquina das avenidas Passos e Marechal Floriano, cartaz colado no caixa alerta quem pretende comprar os créditos sobre a taxa de R$ 0,50. Lá também é cobrada uma taxa de R$ 4 para venda de um novo cartão RioCard.

Cinquenta centavos é também é o valor cobrado em banca de jornal em frente ao estabelecimento. Segundo o jornaleiro, sem o pagamento da taxa o serviço se transforma em um grande prejuízo. “Temos que pagar a linha telefônica e a máquina. Recebemos tão pouco que todo mundo está desistindo de prestar o serviço”, confessa ele, que explica que o lucro é proporcional às vendas.

Em ótica na sala 605 do nº 120 da Av. Rio Branco, a cobrança mais cara: R$ 1. “Temos que pagar o aluguel da máquina, cerca de R$ 220. Se não pagar, não vai carregar. Mas você pode ir na Central do Brasil, é de graça”, informou o funcionário, ao ser questionado pelo Repórter X se poderia carregar o cartão sem pagar o extra ilegal.

Outra irregularidade flagrada foi a cobrança de recarga mínima no dobro do valor estipulado pela RioCard, que administra os cartões de transporte como o Bilhete Único. Farmácia do Bairro de Fátima, na R. Carlos Sampaio, pede R$ 20 de carga de quem compra um novo cartão.

Para quem não quer pagar a mais pelos créditos só resta uma saída: as filas que chegam a duas horas de espera nas lojas oficiais da RioCard no final e início do mês, épocas de mais movimento.

O aposentado Cleyfer Santos, 63 anos, passou pelo constrangimento de pagar R$ 0,35 para recarregar seu cartão em um bar da Taquara, perto de sua casa. “Me disseram que o dinheiro ia para pagar a conta de telefone. Eu, por não saber que era irregular, paguei”, lembra.

Ontem, ele fez a recarga de seu Bilhete Único na loja da Central do Brasil, mas ressaltou que gostaria de ter uma opção de recarga perto de casa, sem a cobrança injusta.

“As filas da Central são longas. Três vezes desisti da recarga por causa disso. Deveriam ter mais postos e mais fiscalização para que ninguém fosse enganado”. Para Cleyfer, o tempo perdido nas filas pode levar os passageiros a optarem pelo pagamento do ‘pedágio’.

O professor Antônio José Rodrigues, 37 anos, reclama também da falta de organização do serviço. “O serviço não é claro no site, não explica direito. Ainda tem o problema de muitos endereços errados. Deveriam criar mais lojas pela cidade”, reclamou o passageiro na Central.( O Dia  )