Paciente precisa tratar câncer de pulmão. Médicos mandam família tirá-lo de hospital
Internado em uma maca desde o dia 19 no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, o aposentado José Manoel Vasco, 88 anos, é o retrato da saúde pública do Rio. Ele precisa ser transferido para uma unidade onde possa receber tratamento contra câncer de pulmão. No entanto, não há sequer ambulância para levá-lo a outra unidade — quanto mais uma vaga em outro hospital.
Apesar de o prefeito Eduardo Paes ter se indignado com a péssima nota recebida pela prefeitura em índice do Ministério da Saúde divulgado ontem, que avalia o sistema público de saúde, a realidade de muitas pessoas que precisam dos hospitais municipais é parecida com a de José Manoel.
Apesar de o prefeito Eduardo Paes ter se indignado com a péssima nota recebida pela prefeitura em índice do Ministério da Saúde divulgado ontem, que avalia o sistema público de saúde, a realidade de muitas pessoas que precisam dos hospitais municipais é parecida com a de José Manoel.
Como não há leito para interná-lo, os funcionários da unidade querem que a família o tire de lá por conta própria. No entanto, a esposa do aposentado, dona Regina Lúcia, 74 anos, não se sente segura para para fazer isso. “Se ele está doente e precisa ser operado para retirar o tumor, uma ambulância tem que levar. Tenho medo de ele morrer no caminho”, disse.
Repórter de O DIA esteve na unidade ontem e conversou com uma médica, identificada como Kátia. Ela confirmou que mandou a família procurar outra unidade e disse que, se o paciente não sair de lá, a unidade abrirá processo por “negligência de tratamento”. “Orientei a família a levá-lo para o Hospital do Andaraí, onde ele entraria pela Emergência e esperaria até vagar leito de Oncologia. É gambiarra, mas essa é a saúde pública do Rio”, disse.
E , depois , o Prefeito não aceita a avaliação do Ministério que afirma estar o Rio na pior classificação em termos de Saúde entre as capitais brasileiras.
Repórter de O DIA esteve na unidade ontem e conversou com uma médica, identificada como Kátia. Ela confirmou que mandou a família procurar outra unidade e disse que, se o paciente não sair de lá, a unidade abrirá processo por “negligência de tratamento”. “Orientei a família a levá-lo para o Hospital do Andaraí, onde ele entraria pela Emergência e esperaria até vagar leito de Oncologia. É gambiarra, mas essa é a saúde pública do Rio”, disse.
E , depois , o Prefeito não aceita a avaliação do Ministério que afirma estar o Rio na pior classificação em termos de Saúde entre as capitais brasileiras.