domingo, 9 de outubro de 2011

TRANSCARIOCA OU TRANSAGRESSÃO AO MEIO AMBIENTE ?




Desmatamento para obras da Transcarioca causa preocupação na Barra da Tijuca.


Apesar de autorizado pela Secretaria municipal do Meio Ambiente, o desmatamento de parte da vegetação da Avenida Embaixador Abelardo Bueno, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, para a abertura do BRT (corredor expresso) Transcarioca, não exclui possíveis danos à natureza. Às margens da Lagoa de Jacarepaguá, há o risco de que as obras sejam nocivas ao espelho d'água, como explica o engenheiro ambiental e oceanógrafo David Zee:

-Duas das principais consequências de obras próximas a lagoas são o aumento de despejos de resíduos urbanos (esgoto, lixo) e depósito de sedimentos das encostas desmatadas. Tudo isso contribui para o assoreamento e aterramento.

A prefeitura chama de progresso , mas as obras do BRT estão desmatando e aterrando parte da Lagoa de Jacarepaguá . 


Zee lembra que as lagoas da região da Barra vêm passando por um processo de degradação há décadas. Segundo ele, a água já ocupa menos espaço do que os objetos e sedimentos ali presentes:

- A lâmina d'água compõe apenas 25% da lagoa. Quando a maré fica baixa, a lagoa, na verdade, vira um pântano. Nos últimos 20 anos, cerca de 8 a 9 milhões de metros cúbicos de lodo e sedimentos foram depositados ali.

Recuperação das lagoas deveria ocorrer antes das obras, diz engenheiro

A Secretaria municipal de Obras diz que a obra é necessária para o "alargamento da Avenida Abelardo Bueno e a execução das fundações da nova ponte sobre o canal Arroio Pavuna." Segundo o órgão, haverá reflorestamento para compensar o que foi retirado, mas ainda não foi definido o local, nem se a responsável será a Secretaria de Obras ou a do Meio Ambiente. Para Zee, a recuperação das lagoas deveria ocorrer antes das obras:

O que deveria ser feito, na verdade, era uma limpeza e despoluição destas lagoas que estão assoreadas para depois se construir uma via e desenvolver a malha urbana desta área. Com a construção da via e da passagem de ônibus e carros, a tendência é que a área fique mais poluída e haja mais depósitos de sedimentos, além do aterramento, o que aumenta também o risco de inundação da área. Sem a vegetação original, há maior erosão da superfície das encostas.

A conclusão do Transcarioca, que ligará a Barra da Tijuca ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, está prevista para dezembro de 2013. Só a etapa entre o Terminal Alvorada, na Barra, e a Penha custará R$ 798 milhões, informou a Secretaria de Obras. Atualmente, as obras do corredor vêm sendo executadas em diversos pontos da cidade, entre eles a Estrada dos Bandeirantes, via em que a própria secretaria confirmou que haverá mais trechos desmatados para o alargamento das pistas.

- Prezar pelo desenvolvimento destas áreas é ótimo, mas tem que ser feito com respeito ao meio ambiente. Esta questão não pode mais ser ignorada porque há uma contrapartida ou um replantio que muitas vezes não são suficientes após o término da obra. As obras de engenharia devem de importar não somente com os os custos econômicos, mas também com os custos ambientais que, se não são contemplados no projeto, ficam muitos mais caros depois - defendeu Zee. 9 Fonte : Globo)







 

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