Apesar de registrar uma redução de 17% no desmatamento na Amazônia Legal entre 1º de janeiro e 15 de agosto de 2012, no acumulado do mês de agosto o desmate na região teve um aumento expressivo de 220% em relação a 2011. Somente em agosto, 522 quilômetros quadrados de floresta sumiram do mapa na Amazônia, em detrimento de 163,3 km2 no mesmo período do ano passado.
O alerta foi emitido pelo sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), gerenciado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e repercutiu internacionalmente em um blog da revista científica Nature.
Os dados tendem a ser bem próximos do número real de desflorestamento, uma vez que a cobertura de nuvens foi irrisória nos dois períodos comparados.
O grande campeão do desmate na região foi o Pará, responsável por 43% das árvores derrubadas, seguido do líder histórico Mato Grosso (40%). O principal ponto de destruição foi o eixo da rodovia BR-163, a Cuiabá-Santarém. Outro local problemático é Altamira, cidade paraense onde está sendo construída a Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
Os novos indicadores fizeram o Ibama deflagrar a operação Soberania Nacional, uma fiscalização nos pontos mais críticos de Pará e Mato Grosso para autuar desmatadores e apreender máquinas. O Ministério do Meio Ambiente afirmou que a operação conta com 300 agentes em campo.
O ministério declarou ainda que o aumento do desmate neste período ocorreu devido a uma antecipação dos meses de maior derrubada, entre agosto e outubro, meses de seca na região. Os principais fatores para isso foram a quebra da safra de milho nos Estados Unidos e a alta do ouro no mercado. Segundo o órgão, o sistema já começou a registrar uma redução do desmate neste mês de setembro.