quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

1ª Parte do Grande Expediente 05/10/2016 Discurso 83ª Sessão


Senhor Presidente, senhores vereadores, senhoras e senhores. Quero aproveitar este momento para agradecer aos eleitores da Cidade do Rio de Janeiro que me conferiram mais um mandato de quatro anos e dizer que meu principal compromisso, que é do conhecimento de todos, – não fosse eu professor, há mais de 40 anos –, meu principal compromisso é com a educação. Mas também dar um foco importante a todos os problemas que afligem a população carioca. Aqui, destacamos, hoje, um texto, que saiu no Jornal do Brasil, de ontem, cujo título é “Brasil só terá futuro, se o jovem tiver emprego”.

“Muito mais do que a definição de futuros prefeitos e vereadores do Brasil, as eleições municipais de 2016 chamam a atenção pelo elevado e preocupante número de abstenções.” 
Isso foi discutido por toda a imprensa. E todos nós ficamos assustados com elevado número.
“Nada menos que 17,58% de todo o eleitorado do país rejeitaram todas as opções apresentadas, o que corresponde a 25.073.027 eleitores. ”Juntando a isso o fato de o tamanho do eleitorado com 16 e 17 anos ter caído 20% na comparação com a eleição municipal anterior, em 2012 – de 2,9 milhões para 2,3 milhões. De acordo com os dados do TSE, estamos diante de um alarmante quadro de jovens que não acreditam mais na democracia”.
Isso é grave, não é? Muitos aqui se lembram da luta que foi para o jovem de 16, 18 anos poder votar. E esse desânimo e essa apatia tornam o Brasil um País com uma democracia a se pensar.
“E, infelizmente, não faltam motivos para esse descrédito. Como se não bastassem os intermináveis escândalos de corrupção envolvendo os políticos, a apatia do poder público em iniciativas que ofereçam reais perspectivas para os jovens joga por terra qualquer motivação para engajamento deste público. A falta de horizontes deixa uma imensa parcela da população sem expectativas e motivação.
Nesta perspectiva, a única e mais importante bandeira que deve ser empunhada pelos futuros governantes é trabalhar incansavelmente para que ressurjam e se multipliquem as oportunidades. Em resumidas palavras, é oferecer emprego para os jovens.
De acordo com os últimos dados do IBGE, o índice de desemprego no País chegou a 11,8%, o que corresponde a 12 milhões de pessoas. Mas é importante ressaltar que este número leva em consideração as pessoas que já tiveram carteira assinada e, agora, estão sem emprego. Na realidade, se levarmos em consideração os brasileiros que nunca tiveram carteira assinada, o total de desempregados será assustadoramente maior. 
Recentes estudos da Organização Mundial do Trabalho (OIT) afirmam ainda que o Brasil possui um alto índice de jovens entre 15 e 29 anos que não estudam ou fazem cursos profissionalizantes e, ao mesmo tempo, também não estão empregados: 18,4% das pessoas. A entidade aponta ainda que se for calculado os jovens que deixaram de procurar emprego por não encontrarem trabalho e que também não estão estudando, a taxa seria de 26,6%. Já no primeiro semestre de 2015, a taxa já havia dado um salto para 15,8%, três vezes a taxa entre os adultos.
Nessa perspectiva, é fundamental destacar que o Brasil é um país predominantemente jovem. Dos seus 200 milhões de habitantes, 97,2 milhões estão na faixa de 0 a 29 anos. Estes números reforçam ainda mais a máxima que embala o Brasil há décadas, e que afirma que este é um país do futuro.
Sim, um país de jovens é um país do futuro. Mas este futuro promissor só será alcançado se esses mesmos jovens tiverem perspectivas, tiverem o suporte tão fundamental do poder público, tiverem fundamentalmente emprego no presente. Para que o futuro aconteça, ele tem que começar agora.
Os próximos governantes precisam entender que o jovem é o principal capital para o desenvolvimento do país. Não é o mercado financeiro ou as indústrias com isenções. O jovem deve ser o principal viés dos governos. O País só crescerá produzindo, e a produção só aumentará, com jovens empregados e com saúde e educação de qualidade.
Enquanto houver falta de perspectivas, enquanto o Poder Público privilegiar seus apadrinhados em detrimento do povo, enquanto as obras superfaturadas prevalecerem sobre as boas escolas, enquanto as falcatruas forem mais prioritárias do que os hospitais com o mínimo de dignidade, enquanto houver desemprego, o jovem terá ainda mais descrédito na democracia, e o Brasil ficará cada vez mais longe de cumprir a promessa de ser o País do futuro.”
Muito obrigado, Senhor Presidente.