quarta-feira, 20 de julho de 2011

ESPECIALISTAS CONDENAM AÇÃO DA POLÍCIA NO ASSALTO AO 352.

 A abordagem da Polícia Militar ao ônibus 352 (Castelo-Riocentro), na noite do dia 12, pôs em risco a vida de cerca de 40 inocentes que estavam no coletivo. A avaliação é de especialistas em segurança pública. Durante o confronto na Avenida Presidente Vargas, cinco pessoas foram baleadas, entre elas, o rodoviário Manoel Francisco Nunes, de 51 anos, ainda internado em estado grave após levar um tiro na cabeça.

O início da abordagem da Polícia Militar ao ônibus 352 foi corrego, segundo os especialistas. O erro teria começado com a troca de tiros, o que colocou em perigo a vida de inocentes que estavam dentro do veículo

 “O fundamento da ação policial exclui a troca de tiros. Se há risco para inocentes a melhor alternativa é deixar o bandido fugir. Uma polícia bem treinada sabe que o mais importante não é prender bandido, tanto que nas ações pré-UPP, os criminosos fogem das comunidades. Essa estratégia é correta e preserva o bem maior: a vida”, afirma o coronel PM José Vicente da Silva, ex-secretário Nacional de Segurança.

Ex-integrante do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Paulo Storani observa um erro no momento em que os policiais responderam aos tiros. “A polícia estava presente e atuou, mas em um lugar confinado e cercado, o marginal tem duas reações: fugir ou lutar. O correto naquele momento era cercar o ônibus e chamar a tropa especializada, o Bope. A reação dos PMs desconsiderou as vidas inocentes”, explicou.


Para o coronel José Vicente — que coordenou a segurança pública do governo paulista em 1994 e participou da formulação do programa de segurança pública do governo federal no mesmo ano —, troca de tiro não deveria nem ser cogitada.“O mais provável em situações assim é atingir inocentes. A polícia não pode agir e agravar a situação. O policial só atira se tiver certeza de acertar”, avalia José Vicente.

Questionada sobre a abordagem ao ônibus 352, a PM não quis comentar as críticas dos especialistas.

O Sindicato dos Rodoviários do Rio questiona a forma como as câmeras de segurança são instaladas atualmente na frota do estado. “As empresas usam as câmeras não para oferecer segurança aos usuários, mas para fiscalizar o trabalho dos profissionais rodoviários”, queixa-se o vice-presidente do sindicato Oswaldo Garcia Gomes.

Em nota, a Federação das Empresas de Ônibus do Estado do Rio (Fetranspor) reconheceu que câmeras e GPS não são “dispositivos de segurança”. Segundo a enteidade empresarial, esses equipamentos visam o controle de qualidade dos serviços, embora possam ser usados para auxiliar o poder público a melhorar a segurança. Fonte : Dia



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