segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O escravo de ontem e o escravo de hoje.

O Governo escalou o deputadoVicentinho( PT-SP), ex-presidente da CUT, para ser relator do projeto que fixa o salário mínimo de R$ 545 e " enfrentar" as centrais sindicais de "mentirinha". Como as pessoas mudam!...Quando  militante da CUT, Vicentinho defendia, com unhas e dentes, um salário mínimo que correspondesse ao que preceitua a Constituição Brasileira e,  portanto, muito maior, o que, hoje, significaria cerca de algo em torno de R$ 1800.

Desde sua criação até hoje, o valor do "mínimo" vem sendo achatado relativamente.As desculpas são sempre as mesmas para que o trabalhador fique a ver navios.As pessoas que ganham esse valor vivem (sobrevivem) em regime de escravidão.Quanto custa o aluguel de uma residência por mais simples que seja?

Dentro desse quadro, desenvolver doenças como neuroses, diabetes, obesidade, alcoolismo, hipertensão e outras é muito comum.Como tratá-las, se os preços dos medicamentos são incompatíveis com a renda familiar? E que não me venham com a história do remédio em casa!..O salário deve ser digno para evitar esses artifícios que, embora sejam humanos, só existem por falta de uma política salarial humana e justa.

Se incluirmos alimentação, transporte, lazer, vestuário, livros, revistas ou jornais (será que o pobre não pode ler?), torna-se uma verdadeira desumanidade a discussão sobre a fixação do valor do salário mínimo.Todos esses direitos são virtuais para essas pessoas.

No período feudal,os escravos eram comprados pelos senhores.Trabalhavam e não tinham perspectivas de ascenção social. Não tinham privilégios, mas eram cuidados como gado, para que não ficassem doentes, o que causaria prejuizo aos seus donos(senhores). Hoje, o trabalhador recebe o seu "mínimo" e tem que se virar, porque não há comprometimentos outros por parte de quem o deveria proteger.

Ainda que fosse pensando na preservação do "gado-humano" e na sua força de trabalho e , consequentemente, nos seus lucros, os responsáveis pela política salarial e por sua aplicação deveriam ter outro comportamento para evitar  a reprodução da ESCRAVIDÃO na versão atual .

Se o termo é salário mínimo, significa que é o menor valor capaz de atender às necessidades básicas(alimentação, saúde, educação, habitação, transporte,vestuário).Mas, na prática,isso não ocorre. Então, o Mínimo não é o Mínimo...

    

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