terça-feira, 26 de janeiro de 2016

1ª Parte do Grande Expediente 21/10/2015 Discurso 87ª Sessão

1ª Parte do Grande Expediente
21/10/2015

Discurso
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87ª Sessão

Senhor Presidente, Vereador Edson Zanata; meu Líder, Vereador Cesar Maia; demais presentes, senhoras e senhores: Eu ouvi o Vereador Paulo Pinheiro chamar a atenção para as atribuições, basicamente atribuição de fiscalização, que nós, Vereadores, temos que ter, entre outras.
Ouvi o Vereador Edson Zanata, que me antecedeu, dizer a seguinte frase que também me chamou a atenção: “Há momentos de críticas e momentos de elogios”. Eu estava pensando exatamente nisso, em relação à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, porque hoje pela manhã, por volta das 9 horas, participei da abertura da II Conferência Municipal dos Direitos Humanos, no Centro de Convenções Sulamérica (Cidade Nova).
Eu assisti a um evento realmente muito interessante, porque nós temos como uma de nossas metas nesta Casa a defesa dos direitos humanos, o que deve ser inclusive obrigação de todos os cidadãos. Então, nós temos que elogiar a Secretaria pela iniciativa. Eu fiquei lá até 12h15min e retornarei amanhã, pela manhã.
Fiquei muito feliz com o evento e volto a parabenizar a Secretaria. Portanto, esse é um momento de elogio, mas a mesma Secretaria tem sido alvo das minhas críticas, não vou chamar de crítica porque a palavra crítica tem sido deturpada; crítica é um comentário positivo ou negativo. No caso aqui eu tenho trazido críticas negativas, porque o processo eleitoral, sobre o qual prometi que falaria até a quinta-feira antecedente à eleição propriamente dita, está viciado. Eu tenho insistido que não há condição de haver essa eleição sem a presença do TRE, tanto para o processo de votação, como para o processo de apuração. Se isso não houver, teremos distorções.
Nós temos insistido na participação efetiva, necessária e indispensável da Guarda Municipal e da Polícia Militar para dar garantia às pessoas, aos eleitores; enfim, a todos os que participarem do processo. Nós temos insistido com a fiscalização, especialmente do MP, inclusive consta da recomendação do próprio MP, que tinha uma fiscalização presencial e não por telefone, para que o processo não tenha vícios.
Temos insistido em outro ponto nevrálgico, que é a apuração da fidedignidade das declarações dos candidatos. Estarão elegendo pessoas que não têm condição para exercer tão nobre função.
Então, temos esses quatro itens; eu tenho dito e vou repetir: vou ser chato até o último dia. O que vem chamando a atenção, nesses últimos momentos, é que, no dia 19, na segunda-feira passada, estive na reunião do Conselho. Já tínhamos a informação de que as eleições seriam realizadas no dia 15 de novembro. Depois, ouvimos dizer que seria no dia 26 de novembro. E, na segunda-feira passada, me passaram que as eleições seriam realizadas no dia 6 de dezembro. Qual é a principal argumentação para que as eleições sejam adiadas para o dia 6 de dezembro? Vou ler: “Mudança da data da eleição para o dia 6 de dezembro de 2015, devido à necessidade de ter tempo hábil para fazer a licitação”.
Vou repetir: “para fazer a licitação”. Então, esse documento diz que, para a realização das eleições no dia 6 – as eleições que vão substituir aquelas que foram suspensas –, tem que haver uma licitação. Está aqui. Isso aqui me foi dado na reunião do Conselho. Só que, para as eleições do dia 4 de outubro – que foram suspensas -, a licitação não era necessária. Vejamos:
“Despachos do Subsecretário de Gestão
Expediente do dia 25 de setembro de 2015.
Processo: 08/003.350/2015
Objeto: gerenciamento do sistema eletrônico de votação para a eleição dos membros dos Conselhos Tutelares.
Partes: SMDS e SCYTL Soluções de Segurança e Voto Eletrônico Ltda.
Razão: dispensa de licitação
Processo 08/003.351/2015
Objeto: Logística para eleição dos membros dos Conselhos Tutelares
Partes: SMDS e Masan Serviços Especializados Ltda.
Razão: dispensa de licitação
Processo 08/003.570/2015
Objeto: locação de notebooks para eleição dos Membros dos Conselhos Tutelares
Partes: SMDS e EXB Eventos Ltda.
Razão: dispensa de licitação”
Em todos os casos, o fundamento é o Art. 24, Inciso IV, da Lei 8666/1993.
E os valores: no primeiro é de R$ 463.000,00. No segundo, é de R$ 774.973,47 No terceiro, R$ 171.840,00.
O que vale? Para a eleição do dia 4 de outubro, não havia necessidade de licitação. Está aqui. Para a eleição ser repetida, em virtude do caos que aconteceu no dia 4, está-se adiando por causa de licitação. A minha pergunta é a seguinte: está ou não está confuso? E as pessoas me olham de cara feia. E aí vou usar as palavras do Vereador Paulo Pinheiro: temos que fiscalizar. Isso é dinheiro público! Somos pagos aqui para isso! Não estamos mostrando isso aqui nem contra nem a favor de ninguém. Não é para machucar ninguém. Mas tem que ser mostrado. Isso aqui está no Diário Oficial e isso aqui está num documento que veio lá do Conselho. Qual é o que vale? Há necessidade de licitação ou não? Alguém tem que explicar isso.
Repetindo a sua frase: há momentos de elogio. E sempre que o Poder Executivo merecer elogio, vamos trazer esse elogio; e sempre que estiver errado, vamos apontar o erro. Só que, antes de apontar aqui, tenho um compromisso comigo mesmo de procurar as autoridades responsáveis. Não estou aqui para aborrecer por aborrecer. Não sou leviano. Primeiro eu levo às autoridades daquela pasta pelos mecanismos diversos. Mandamos toda a documentação escrita e às vezes até pelos meios eletrônicos, para que uma resposta seja dada. Se a resposta não vem, não vamos ficar omissos. Disso os senhores podem estar certos. Durante o período em que aqui estivermos não vamos pecar por omissão. Poderemos até errar sem o nosso conhecimento, mas chegando ao nosso conhecimento, primeiro avisaremos à pasta que há um problema e, se a pasta não responder, vamos trazer o problema e tomar as medidas cabíveis.

Muito obrigado, Senhor Presidente.