terça-feira, 26 de janeiro de 2016

1ª Parte do Grande Expediente 14/10/2015 Discurso 84ª Sessão

1ª Parte do Grande Expediente
14/10/2015

Discurso
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84ª Sessão
Senhor Presidente Vereador Professor Rogério Rocal, eu hoje volto a essa tribuna porque fiz uma promessa que eu quero cumprir: em todos os dias, fazer uma citação quanto à minha preocupação em relação ao processo eleitoral para escolha de conselheiros tutelares.
Apenas para ajudar à memória de alguns, as atribuições – vejam bem! – as atribuições dessas pessoas que serão selecionadas no dia 15 de novembro – a não ser que a data seja alterada, está prevista nova eleição, depois daquele fiasco do dia 4 de outubro, para 15 de novembro – vejam bem as atribuições dessas pessoas: “Atender e aconselhar pais ou responsável”.
Quer dizer, o conselheiro tutelar vai aconselhar pais, responsáveis pelas crianças e adolescentes. Então, não pode ser qualquer pessoa, mas tem que ser pessoa credenciada, bem escolhida, com experiência de trabalho com criança e com adolescente e com poder de persuasão. Essa mesma pessoa é capaz de “Requisitar serviços...” Requisitar! Olhem o termo! Não é pedir, não! É: “Requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança...”
Então, é uma coisa muito séria; não pode ser qualquer um.
“Representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de suas deliberações. Encaminhar...” Olhem bem: “Encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal contra os direitos da criança ou adolescente. Encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência. Providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária.” Providenciar aquilo que o juiz decidir!
“Assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e programas de atendimento dos direitos da criança e adolescente.”
É uma pessoa que vai ajudar o Poder Executivo para previsão e atendimento dessas políticas públicas.
“Representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos nessa legislação.”
Então, não é uma pessoa que possa ser escolhida de maneira irresponsável. E nós estamos batendo nisso há muito tempo; mas, me parece, não estamos sendo ouvidos. Vou reiterar: nós teremos escolhas de péssima qualidade. Claro que muitos serão bem selecionados, não há dúvida! Há muita gente boa, mas bastará um mal escolhido para nós termos o problema de um mau atendimento, pelo menos a um segmento da sociedade. Temos que trabalhar para que todos os conselheiros tutelares desempenhem seu papel de maneira eficaz, eficiente.
Então, olhem só: “Para que isso aconteça, para reduzir os problemas de escolha, é imperioso que o TRE comande o processo de votação.” Imperioso que o TRE comande o processo de votação.
Eu acho até mais importante, é aquilo com o que eu estou mais me batendo e é o que menos está sendo ouvido: “Verificar a autenticidade das declarações dos candidatos.” Muitas dessas declarações são fraudadas. São pessoas que jamais tiveram contato efetivo no trabalho, contato profissional, com crianças e com adolescentes, mas que receberam essas declarações. A comissão eleitoral tem que pegar essas declarações, ver quais são as entidades que emitiram essa declaração e checar: onde está? Quando ele trabalhou aqui? Quanto tempo foi? Qual foi a sua performance? Se não, nós estaremos distorcendo o processo! Depois vem reclamar que as crianças não têm um atendimento adequado.
Em terceiro: a Polícia Militar e a Guarda Municipal têm que dar garantia ao processo, têm que estar no local!
E por último, o Ministério Público tem que estar presente! Nós estamos alertando. Pode até acontecer algo mais serio, pois é, pode até acontecer, e Deus queira, como a Professora, a Vereadora, Professora, Rosa Fernandes falou, já alertamos antes!
A SRA. ROSA FERNANDES – Concede-me um aparte, Vereador?
O SR PROF. CÉLIO LUPPARELLI – Perfeitamente, Vereadora, com todo prazer!
A SRA. ROSA FERNANDES – Sim, nós, no início, não entendemos muito bem a angústia de vocês de tentar discutir melhor esse processo. E no dia a gente entendeu que vocês tinham razão. E hoje, eu fico muito mais preocupada pelos depoimentos que tenho ouvido dos Conselheiros Tutelares, que independente da nova eleição, passam por momentos de muitos constrangimentos.
Eu acho que essa questão dos Conselheiros Tutelares deveria ter um espaço na Casa, para que a gente pudesse ouvir um pouco mais e saber, exatamente, o que a gente pode fazer de proposta para melhorar o trabalho. A gente sabe que já melhorou muito, que já teve muito investimento em relação ao passado. Hoje o Conselho Tutelar tem uma nova visão. A sociedade tem um novo olhar para essa ação, para esse segmento. Mas, eu acho que ainda precisa ter alguns ajustes.
O Secretário, como é uma pessoa acessível, ex-Vereador, eu acho que a gente pode ouvir um pouco os conselheiros e levar ao Secretário atitudes de contribuição e algumas sugestões de trabalho.
Parabéns a vocês que estão monitorando, que estão ligados a esse trabalho, que é a eleição dos Conselheiros Tutelares.
O SR. PROF. CÉLIO LUPPARELLI – Muito obrigado.
E com as palavras sábias da nossa experiente Vereadora Rosa Fernandes, eu encerro o meu depoimento e agradeço, Senhor Presidente.

Muito obrigado!