sexta-feira, 4 de abril de 2014

AS DUAS DESGRAÇAS HISTÓRICAS CHAMADAS " CABRAL ".

Alguns pesquisadores afirmam que a chegada de CABRAL ( o Pedro Álvares) ao Brasil, em 1500, trouxe alterações desastrosas para a vida dos nativos, como as doenças dos europeus, não existentes na " Nova Terra ", a matança indiscriminada de índios, a cobiça, as alterações no modo de vida dos que aqui estavam , além de modificações na cultura, nos hábitos e nos costumes. As alterações nos rituais religiosos, a ocupação desordenada da terra, as queimadas, o desmatamento, a poluição, a ganância e tantos malefícios que se estenderam por séculos e que, até hoje, se refletem nas características do povo brasileiro, sem dúvida, têm sua base na chegada dos invasores de então. As marcas negativas foram tão profundas que, apesar do tempo, não desapareceram, mesmo tendo CABRAL ( o Pedro Alvares), partido.

Em janeiro de 2007, outro CABRAL ( o Sérgio ) ocupou nosso Estado e aqui permaneceu por sete anos, quatro meses e três dias, tempo mais que suficiente para provocar máculas que nos afetarão por muitos longos anos.
Sabemos que o Estado do Rio de Janeiro, produto de uma fusão instituída pelo Regime Ditatorial que, por razões puramente políticas, unificou o antigo Estado da Guanabara com o Estado Fluminense, tem problemas históricos, desde 1974, quando essa desastrosa união se concretizou. Certamente, essa decisão não foi benéfica para os cariocas nem para o restante do Estado. Muitos governantes nomeados pela Ditadura Militar e outros eleitos pelo povo assumiram o Palácio Guanabara, ao longo desses 40 anos, com maus e bons desempenhos, mas nenhum deixou rastros de destruição tão profundos quanto CABRAL ( o Sérgio).
A Educação e a Saúde têm, hoje, os piores desempenhos dentre todos os Estados da Federação. A política de privatização desses setores estratégicos desmotivou professores, médicos, dentistas e enfermeiros. As OSs prestaram péssimos serviços; os hospitais, os centros de saúde e as UPAs não deram conta ao atendimento dos pacientes que recorreram aos seus serviços. E CABRAL ( o Sérgio) se limitou a chamar tais profissionais de Vagabundos. ELE fracassou na Saúde Pública e na Educação Pública. Bastava isso para avaliar os seus dois governos como antipopulares. Acrescente-se que a tônica de seus discursos e de suas práticas sempre foi a de desqualificar os servidores públicos, indo na contramão do que deve fazer um Chefe de Poder Executivo responsável e maduro para o cargo que ocupa.
Durante seu " reinado ", os megaempresários deitaram e rolaram. Enriqueceram mais ainda. fizeram festas. Os superfaturamentos, as dispensas de licitação em obras, compras e serviços e as renúncias fiscais foram denunciados por diversas vezes. Os escândalos resultantes da promiscuidade das ligações inexplicáveis e condenáveis do setor público com o privado vieram à tona nos episódios da queda do helicóptero na Bahia, no inesquecível show em Paris, como o da dancinha na boquinha da garrafa, o chamado Escândalo da Gang dos Guardanapos e outros veiculados pela Mídia e que motivaram a decretação de um código de ética e conduta jamais obedecido por ele mesmo que o criou. Imaginem o que ocorreu de feio e impublicável nos meandros do poder em nosso Estado...
As prisões de bombeiros e suas ofensas aos mesmos, durante as manifestações desses profissionais que reivindicavam melhores condições de trabalho e salariais, jamais serão esquecidas. Durante as manifestações democráticas de junho de 2013, a reação do ex-Governador foi deplorável. Ali, ficaram evidenciadas a incapacidade de diálogo e a truculência. Atirou cidadãos contra cidadãos; cidadãos contra o Estado e o Estado contra os cidadãos.  
A política de segurança pública, carro chefe de sua plataforma eleitoral em 2010, época em que as UPPs pareciam ser a solução para reduzir a criminalidade no Estado do Rio, mostra, hoje, que não passou de palanque eleitoral. Não é a UPP que não serve. O que se deve discutir é a maneira como ela foi implementada. Colocar ostensivo aparato militar nas comunidades, sem que os serviços sociais entrem ao mesmo tempo, não é pacificar; é ocupação militar. É instigar a reação dos que se sentem à margem da sociedade pela inexistência dos serviços básicos que conferem dignidade à pessoa. É expor policiais militares ao desgaste, confrontando-os com pessoas que vivem desassistidas pelo poder público, sem perspectivas e cooptadas ( algumas) pela sedução do ganho econômico fácil do comércio de drogas e armas. Hoje, como estão, as UPPs são "defuntos mal informados ". Só que esse " defunto" está causando tensão em todos os bairros, em todas as comunidades e nos municípios vizinhos da Capital. Nunca houve tanta insegurança quanto agora. Mesmo contando com o beneplácito de parte da Mídia, não há como esconder: a criminalidade aumentou e muito.  

No seu governo, desapareceram pessoas, sem explicação plausível. As suas famílias, ainda que os desaparecidos fossem criminosos, têm o DIREITO de saber dos seus destinos e, se for o caso, de enterrá-los. Em parceria maldita com o Prefeito da Capital e com o Governo Federal, CABRAL ( o Sérgio) se sentiu " REI " e cometeu desatinos que sangraram os cofres públicos, sob os olhares omissos e coniventes de deputados e vereadores que não honram o voto recebido do eleitor. Todos eles são partícipes dessas leviandades e dessas barbaridades que ocorreram nestes últimos anos em nosso Estado.
A saída do Governador CABRAL ( o Sérgio) ocorre no momento em que seu índice de rejeição atinge valores elevadíssimos e que as UPPs se encontram na fase mais crítica com ataques constantes de delinquentes que desafiam o Estado, a ponto de o próprio CABRAL, resignado com falência de seus métodos, pedir socorro ao Governo Federal para ocupar o complexo da Maré, numa demonstração inequívoca de que as UPPs não se prestaram ao que vieram. Há muito que mudar nas UPPs, caso o próximo governante queira continuar com essa metodologia, pois o Estado beligerante, o Estado confrontante não tem lugar nas democracias de hoje, nos tempos modernos.   

Será que teremos outro CABRAL desse tipo? Ninguém merece...