segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Terça-feira 13 , um dia de caos no trânsito do Rio.


Foi o caos. Um acidente, sem vítimas, no importante eixo Avenida Presidente Vargas, e um incêndio em outra via importante, a Rua Jardim Botânico, na data do título, deram, outra vez, um nó no trânsito do Rio. Dias antes, um incêndio num ônibus, aparentemente, sem explicação, transformaram um túnel, na Linha Amarela, em uma “câmara de gás” e, evidentemente o trânsito do Rio parou.

Como sempre, os técnicos entrevistados, os mesmos de sempre, apontaram os defeitos sem apontar soluções. Não as apontam porque não lhes foi ensinado, nos cursos até de doutorado, como enfrentar os percalços da operação do trânsito. Por coincidência, o dia 13 de dezembro é o Dia do Marinheiro. E por que a coincidência? Porque é rotina na Marinha o “prever para prover”.Em outras palavras: “Quem vai para o mar avia-se em terra”. Assim é que, quando o navio está navegando e passa por uma situação em que exista grande possibilidade de risco, como, por exemplo, navegando em águas restritas, onde qualquer irregularidade, fortuita, pode acarretar um desastre, é ordenado “Guarnecer detalhe especial para o mar”.Guarnecê-lo significa ter as funções chaves da segurança do navio, ocupadas pelos melhores especialistas, em cada uma delas.

É por isso que, no continente europeu, pelo menos nos trânsitos da Holanda e da Alemanha, existe o “dispositivo de segurança das horas de pico”, onde se tomam todas as providências para se prever os imprevistos. Aqui no Rio, e já abordei este assunto em artigo anterior, deveria existir, não apenas nas horas de pico mas durante o horário de maior movimento, ao menos, nos eixos principais e principalmente nos túneis, que são verdadeiras cavernas, com ventilação, sinalização e iluminação precárias. Os ventiladores existentes limitam-se a fazer circular, tenuemente, o ar ambiente.

Na cidade de Roterdã existe um túnel sob o Rio Mass, da maior importância para o tráfego de passagem e o local daquele importante porto holandês. Durante dois anos o atravessei todos os dias úteis. Feericamente iluminado, revestido com azulejos amarelos, com várias cabines em que havia policiais controlando o tráfego e o índice de monóxido de carbono, em seu interior. Nas suas entradas, uma construção, da altura de um prédio de três andares, abrigando em seu interior um gigantesco ventilador que injetava, no interior do túnel, uma verdadeira ventania de ar puro, aspirado do exterior. No período que por lá circulei, em 1958 e 1960, nunca houve nada de anormal.

Pelo que aqui descrevi, os leitores podem avaliar o quão despreparados estamos em matéria de túneis urbanos e de operação dos mesmos.

Assusta-me o que poderá acontecer com o túnel subterrâneo que o prefeito pretende construir para substituir a Via Perimetral, a ser demolida, e que está funcionando para contornar o centro e que já mal comporta o tráfego que a demanda, apenas porque ela é feia. Ao pretender construir uma possível “câmara de gás”, para sua solução de circulação, reflita sobre o que aconteceu quando do incêndio no túnel da Covanca, na Linha Amarela, e suas gravíssimas consequências para a vida da cidade, como sempre impunes. Ao construí-lo, caso o consiga, uma vez que o seu mandato acaba no final de 2012, pelo menos o construa com os recursos técnicos capazes de evitar nova tragédia, com muito piores consequências do que aconteceu na Linha Amarela.

Já basta, para os de minha geração ou os das próximas, verem ser eliminada, por demolição, uma importante via, que tem o nome em homenagem ao presidente que mudou o Brasil: Juscelino Kubitschek de Oliveira — chamado carinhosamente por seus amigos mais íntimos, o Nonô, ou, simplesmente, o “filho de dona Júlia”, para quem, quando presidente, telefonava diariamente ao iniciar sua jornada de trabalho pedindo-lhe sua bênção protetora. Pena que, nesta obra em curso, não tenhamos a quem pedir proteção...
( JB , Celso Franco )




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