sábado, 25 de fevereiro de 2012

Bondinhos : associação de moradores de Santa Tereza critica o Governo do Estado.

O advogado e diretor da Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (Amast), Abaeté Mesquita, fez duras críticas à postura do Governo ao anunciar a reestruturação do sistema de bondes do bairro, nesta sexta-feira. 

Ele afirma que as mudanças - que incluem aquisição de novas composições e substituição dos trilhos do bairro - não representam nenhuma novidade, e que não são nada além do que o poder público é obrigado a fazer.

“Tudo o que estão anunciando, como se tivessem acabado de descobrir a pólvora, é de conhecimento dos moradores e do Ministério Público. Não podemos confundir oportunismo com oportunidade. Já há folhetos em inglês circulando pelo bairro alardeando que os bondes estão parados para que sejam realizadas melhorias. Mas tentam esconder que nada disso aconteceria se passageiros não tivessem morrido no ano passado", alfineta.
Ilustração do modelo de bonde que entrará em circulação a partir de 2014
Ilustração do modelo de bonde que entrará em circulação a partir de 2014
Abaeté também questiona a escolha da empresa portuguesa Carris, responsável pelos bondes de Lisboa, para prestar consultoria a respeito da revitalização do sistema carioca. Ele afirma que não houve transparência no processo de contratação e argumenta que uma empresa nacional poderia ter feito o estudo com a mesma qualidade, por um preço inferior.

"Não é ufanismo, só não queremos ver mais desperdício de verbas. Esperamos que, daqui em diante, isso seja conduzido com um grau de transparência aceitável, que prestem contas à Justiça. Estamos cansados de licitações obscuras, manipulados para favorecer determinadas companhias, e que não atendam às nossas necessidades. Essa empresa está em dificuldades, acabando com os bondes em Portugal. Qual o sentido de trazê-los para cá?", pergunta.

Em meio à crise econômica que assola a Europa, várias linhas administradas pela empresa em Lisboa tiveram os seus trajetos encurtados, e outras podem deixar de circular para atender a um plano de reestruturação do sistema de transportes elaborado pelo governo de Portugal. Estima-se que 300 funcionários podem ser demitidos.( JB)