sábado, 17 de novembro de 2012

Prefeito do Rio revolta população carioca.

Construção de hotel em antiga Área de Proteção Ambiental revolta cariocas  .Terreno na Barra da Tijuca, ao lado da Reserva de Marapendi dará lugar ao Hotel Grand Hyatt

A construção de um hotel em terreno que já pertenceu a Área de Proteção Ambiental da Reserva de Marapendi, na Barra da Tijuca, deixou cariocas indignados. Antes verde, o terreno de 45 mil m² dará lugar a um hotel da rede norte-americana Hyatt, com 436 apartamentos, além de dois prédios residenciais.

Na quinta-feira(15), fotos de árvores sendo derrubadas no terreno começaram a circular pelas redes sociais e provocaram a ira de muitos cariocas. “Desgraçados, malditos destruindo nossa cidade...Daqui uns dias toda a cidade não terá mais uma árvore, será tudo Favela. Favela de barracos e condomínios de luxo, porque tanto os barracos quanto os condomínios de luxo só têm produzido lixo e poluição, mais nada”, criticou Carla Schreyer pelo facebook.

Centenas de pessoas aproveitaram para descontar a indignação contra o prefeito Eduardo Paes que no passado chegou a posar para fotos segurando uma placa com 'Preserve a Reserva'. “E não para por aí. Impostos mais caros, esgoto brotando pelas ruas, assaltos a luz do dia, urbanização de fachada, prédios para gringos e preços absurdos. Realmente Parabéns a quem reelegeu Eduardo Paes ”, descarregou o carioca Thiago Ribeiro.

Terreno em antiga área de Proteção, ao lado da Reserva de Marapendi, começa a ser devastado para a construção do hotel Grand Hyatt. Empreendimento deixou muitos cariocas indignados.

Oficialmente, conforme consta na placa da obra, o proprietário é a Loteum Incorporações S.A, Rio JV Partners Participações Ltda. A obra está sendo executada pela Método Engenharia S.A. e tem como engenheiro responsável Eros Maroni. Ali será erguido um prédio com três subsolos e seis andares, totalizando 99 mil metros quadrados de construção.

Nesta quinta-feira as escavadeiras terminavam de ‘limpar’ o terreno. Um engenheiro, que pediu para não ser identificado, responsável por gerenciar a obra explicou que constantemente pessoas passam pelo local xingando os operários. Contou ainda que chegaram a arremessar pedras contra os trabalhadores: “É natural que as pessoas não simpatizem com a obra. Entendo até os xingamento. Mas a insatisfação não justifica tacar pedras em quem está trabalhando”, disse.

O engenheiro contou que moradores dos prédios vizinhos chamaram a polícia por conta da derrubada de árvores. Ele, no entanto, esclarece que nada foi feito pois o empreendimento respeita todas as licenças e limites ambientais.
Segundo o engenheiro, o terreno foi dividido em três zonas: Zona de Ocupação Controlada(ZOC), Zona de Conservação da Vida Silvestre (ZCVS) e Zona de Proteção da Vida Silvestre (ZPVS). As edificações serão limitadas a ZOC, na ZCVS serão feitas pequenas intervenções além da recuperação da vegetação nativa, e na Zona de Proteção nada será feito. “Constatamos algumas amendoeiras e outras espécies que não são nativas daqui. Tudo isso será recuperado”, disse. A equipe responsável pelas avaliações de impacto ambiental é gerenciada pelo biólogo Mário Moscatelli.

Protesto neste sábado

Moradores e defensores do meio ambiente organizaram um protesto para este sábado (17) em repúdio ao empreendimento. A manifestação está marcada para às 9h em frente ao terreno do futuro hotel que fica na Avenida Marapendi, na altura do antigo Pier da Barra.